Mídias Sociais

Política

Tecnologia do uso de hidrogênio como energia na região é tema de debate virtual da Firjan com empresários

Publicado

em

 

Em nova edição da Websérie Novas Energias, encontro virtual organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), empresários debateram o cenário mundial do uso do hidrogênio (H2) como energia, que prevê investimentos de 500 bilhões de dólares até 2030.

Durante a 2º websérie, os participantes também discutiram o conjunto de oportunidades que o desenvolvimento dessa tecnologia, utilizada em mais de 130 países, representa para o Brasil e para o Estado do Rio, em especial para a região do entorno da Bacia de Campos.

“É uma oportunidade única de discutir o tema de extrema relevância para a indústria e sua competitividade internacional. União Europeia e EUA têm metas ambiciosas de redução de emissão de carbono até 2050 e vão recorrer ao hidrogênio”, analisou o coordenador da Firjan Internacional, Giorgio Luigi Rossi.

Entre os principais pontos de atração dessa tecnologia na região estão o Porto do Açu, em São João da Barra, que já negocia a instalação de usinas de hidrogênio no local, e a cidade de Macaé, que tem a expectativa de receber dezenas de projetos termelétricos nos próximos anos, aumentando sua importância para o setor energético no interior do Estado.

De acordo com a Firjan, o Brasil já soma, em projetos de Hidrogênio Verde, mais de 22 bilhões de dólares atualmente, pois, além de ser considerada uma fonte limpa de energia, o hidrogênio pode gerar produção de Hidrogênio Verde, oriundo de fontes renováveis, como eólica e solar; e de Hidrogênio Azul, fabricado com captura de carbono e gás natural.

“Com isso, abre-se a oportunidade de expandir e integrar a produção desse combustível às energias solar, eólica offshore e ao mercado de petróleo e gás, principalmente por meio do uso de plataformas antigas, como é o caso da Bacia de Campos. No caso do Hidrogênio Verde, sua produção pode ser ainda mais um destino para o biogás gerado nas usinas de cana-de-açúcar, incrementando a indústria sucroalcooleira da região. Motivos pelo quais o Porto do Açu é alvo de estudos da empresa australiana Fortescue, uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo, para instalação de uma unidade com capacidade de 300 megawatts (MW). O porto também está assinando acordos sigilosos com outras empresas interessadas na produção. Companhias dos ramos químico e siderúrgico já sinalizaram interesse, tendo em vista a necessidade de reduzir os elevados patamares de emissão de carbono em suas cadeias produtivas”, detalhou a Firjan nesta semana.

Segundo o gerente de Desenvolvimento de Negócios Sustentáveis no Porto do Açu, Filipe Segantine, as informações divulgadas pela Federação sobre as negociações para a atração de projetos de hidrogênio para o Porto do Açu.

“Abre um leque de opções de produção de baixo carbono, também com o uso da amônia, que tem maior potencial de transporte do hidrogênio. Estamos participando desse desenvolvimento da tecnologia e do mercado”, explicou Filipe Segantine.

Para o gerente de Inovação e Sustentabilidade na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio), Ansgar Pinkowski, a necessidade do uso de hidrogênio pelos esforços de descarbonização mundial tornará esse mercado ainda mais atraente dentro dos próximos anos.

“A demanda por Hidrogênio Verde tem a ver com a descarbonização, com o compromisso mundial de conter o crescimento da temperatura global em 1,5°. O H2 vai transformar o mercado de energia mundial. Até 2025, os países que representam 80% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial terão suas estratégias de hidrogênio definidas. A Alemanha definiu que vai descarbonizar sua economia até 2050 e, para isso, precisa importar 90% de H2. Com esse objetivo, dedica recursos para fomentar a economia de hidrogênio no Brasil e em outros países. Mais de 60% das empresas alemãs com tecnologia nessa área têm subsidiárias no Brasil”, destacou Ansgar Pinkowski.

A Firjan lembra que, só neste ano, 6 memorandos foram assinados por multinacionais para instalação de usinas em 3 estados, incluindo o Rio de Janeiro (RJ), e a expectativa é de que em 30 anos, o Hidrogênio Verde possa representar até 20% da matriz energética global.

“O Ministério de Minas e Energia vai lançar o Programa Nacional de Hidrogênio, produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e que tem sua minuta sendo avaliada pelo Conselho Nacional de Política Energética do Ministério. O H2 foi introduzido como um dos temas prioritários de pesquisa e desenvolvimento”, adiantou o consultor técnico na EPE, Luciano Basto Oliveira.


Clique Diário

E. L. Mídia Editora Ltda
CNPJ: 09.298.880/0001-07
Redação: Rua Tupinambás 122 Gloria – Macaé/RJ

comercial@diariocs.com
(22) 2765-7353
(22) 999253130

Mais lidas da semana