Fernando Henrique Cardoso participou de debate com personalidades em São Paulo
Tunan Teixeira
Na noite da última quinta-feira, 10, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ironizou questionamento sobre uma suposta operação para abafar as investigações da Operação Lava Jato.
“Você tem dúvida?”, respondeu FHC, ao ser perguntado sobre o assunto pelo jornalista Carlos Sardenberg, durante debate promovido pelo escritório de arquitetura Athie Whonrath, no restaurante Fasano, em São Paulo.
Apesar da ironia, e de não se alongar sobre o tema, o tucano afirmou que a suposta operação abafa não terá sucesso, além de voltar a defender a antecipação das eleições presidenciais, tendo em vista as acusações contra Michel Temer (PMDB).
Entretanto, FHC ponderou que só o presidente poderia fazer esse movimento de antecipar eleições, o que, na opinião de Fernando Henrique, não foi feito porque Temer considerou existirem condições para a governabilidade.
“Se eu estivesse no lugar de Michel Temer, eu anteciparia as eleições”, declarou FHC, completando que “estamos vivendo a crise nas formas representativas de democracia”.
Para exemplificar, citou as eleições de Donald Trump (EUA) e Emmanuel Macron (França), e o referendo relativo ao Brexit (sigla que significa Britain exit), que confirmou a saída do Reino Unido da União Europeia, em 2016.
Sobre o futuro presidente, Fernando Henrique acredita o vencedor das eleições será quem conseguir unir a sociedade, que, de acordo com ele, está fragmentada em meio à crise política, econômica e institucional pela qual através o Brasil.
“(O próximo presidente será) aquele que trouxer um discurso que dê coesão a uma sociedade fragmentada, alguém que simbolize uma mensagem que dê coesão ao Brasil, alguém que tenha um discurso que encarne uma ideia de Brasil”, analisou FHC.
Sobre as eleições de 2018, o ex-presidente resumiu o ideal de candidato como alguém que “entenda o mundo, conheça o Congresso e os órgãos do Estado, e que tenha capacidade de falar com a sociedade”.
Fernando Henrique disse ainda que imagina que, em vista da crise partidária, já que quase todos estão envolvidos em investigações de corrupção, “a população vai votar por gente e não por ideias, por alguém que personifique esse discurso de coesão”.
O ex-presidente concluiu se dizendo otimista e acreditando em mudanças porque “só se muda na tragédia, só se muda na crise”, e reforçando que “é só preciso encontrar alguém com tutano para essas mudanças”.
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