Para Rodrigo Maia, texto do governo federal precisa focar apenas em prioridades
Apesar do arquivamento da denúncia por corrupção contra Michel Temer (PMDB), a União pode não ter tanto o que comemorar, depois das recentes declarações do Presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Segundo o deputado carioca, a Casa voltará a discutir a Reforma da Previdência, de autoria do governo, apenas a partir de novembro. Rodrigo Maia disse ainda que a pauta deve retornar ao centro do debate após os deputados rejeitarem o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar Temer, e os ministros Eliseu Padilha (PMDB-RS) e Moreira Franco (PMDB-RJ).
E Rodrigo Maia não deu boas notícias ao governo. Para ele, a Reforma da Previdência precisará ser enxugada e focada em aspectos considerados essenciais para acabar com o que ele chamou “maior transferência de renda do mundo de pobres para ricos”, destacando ainda a fixação da idade mínima e as regras para servidores públicos.
“É óbvio que um sistema onde 7 milhões (de pessoas) representam um déficit de 150 bilhões de reais por ano, e um número de quase 30 milhões de pessoas representam um valor do déficit igual, tem coisa muito errada. A gente tem que priorizar a idade mínima, precisa priorizar a reforma (da aposentadoria) do serviço público e convencer a sociedade e os parlamentares de que essa não é uma pauta contra o Brasil, contra os brasileiros”, afirmou Rodrigo Maia à Agência Brasil.
De acordo com a agência, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), o retorno do assunto à pauta de discussões no Congresso também foi mencionado pelo Ministro-Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, ao sair de jantar promovido pelo deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) ontem.
Segundo Maia, o processo de análise da denúncia contra Temer na Câmara intensificou o desgaste do presidente com deputados de partidos aliados ao governo, mas ele avalia que Temer saberá reconstruir sua base aliada na Casa.
“É um homem experiente, que viveu, talvez, o momento mais difícil da história política dele. Certamente, agora, vai refletir e vai avaliar quais são as melhores condições para que ele possa reestabelecer uma base para aprovar projetos de interesse do governo”, analisou o Rodrigo Maia.
Atualmente, a Reforma da Previdência é discutida na Casa por meio de Proposta da Emenda à Constituição (PEC) 287, de 2016 (PEC287/16), de relatoria do deputado Arthur Maia (PPS-BA).
Maia destacou que também deverão entrar na pauta do plenário projetos como a regulamentação dos planos de saúde, a Reforma Tributária, e dispositivos na área de petróleo e gás, como o Repetro, além de projetos que tratam de segurança pública.
Tunan Teixeira