O Teatro do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF), em Macaé, recebe, nesta sexta-feira, 20, das 9h às 12h, uma oficina de sensibilização ao Teatro do Oprimido, método que tornou mundialmente conhecido o diretor, dramaturgo e teórico teatral brasileiro, Augusto Boal, falecido em maio de 2009.
A oficina é resultado de uma articulação entre o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) de Macaé, executado pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Acessibilidade, a Responsabilidade Social da Petrobras, e o Centro de Teatro do Oprimido (CTO), do Rio de Janeiro.
De acordo com a Prefeitura de Macaé, são apenas 30 vagas abertas ao público acima de 14 anos, e a inscrição pode ser feita apenas de forma online, através do preenchimento de um formulário que pode ser acessado pelo link, bit.ly/TOMacae7.
“Vale lembrar que o uso de máscara é obrigatório”, reforça o município.
Coordenadora do PETI, Elisa Paula Silva ressalta a importância dessa parceria com o CTO, única instituição que teve direção artística do próprio Boal em seus últimos 23 anos de vida, e que segue o trabalho deixado por ele, que dedicou sua carreira a contribuir com um teatro genuinamente brasileiro, participativo, interativo e democrático.
Preso e torturado em 1971, durante a Ditadura Militar, por seu teatro que visava a inclusão das camadas mais necessitadas e excluídas da sociedade brasileira, com destaque para a classe trabalhadora urbana e rural, Augusto Boal viu a 1ª edição do seu “Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas” ser publicado apenas em 1974, onde sistematizava reflexões dos seus 3 anos de exílio em países da América Latina.
“Como eles [do CTO] têm atuação voltada ao debate dos direitos humanos, essa parceria permite o fortalecimento da participação social e do protagonismo das camadas mais vulneráveis da população”, reforça Elisa Paula Silva.
Indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008 justamente por seu trabalho com o Teatro do Oprimido, Augusto Boal já foi chamado pelo jornal inglês The Guardian, como um reinventor do teatro político e “uma figura internacional tão importante” para o teatro quanto o dramaturgo, poeta e encenador alemão, Bertolt Brecht, ou o ator, encenador, pedagogo e escritor russo, Konstantin Stanislavski.
“O Teatro do Oprimido é um método lúdico e pedagógico, um instrumento eficaz de comunicação e de busca de alternativas concretas para a superação de problemas reais. O método cria condições para que o oprimido se aproprie dos meios de produção teatral e amplie suas possibilidades de expressão. A proposta é superar as barreiras entre
palco e plateia, para que se estabeleça um diálogo ativo, democrático e propositivo”, define a Prefeitura de Macaé.
Ainda de acordo com o município, além da oficinal no Teatro do Sindipetro NF, nesta sexta, o CTO estará, neste sábado, 21, no Colégio Municipal Dr. Cláudio Moacyr de Azevedo, no Parque Aeroporto, com uma ação voltada aos estudantes da unidade.
Na ocasião, o CTO apresenta a performance-fórum Abordagem, das 9h às 11h, com foco no combate à violência, em celebração ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio.
O Teatro do Sindipetro NF fica na Rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, 257, no centro de Macaé, e o Colégio Municipal Dr. Cláudio Moacyr de Azevedo fica na Rua Francisco Teixeira Júnior, s/nº, no Parque Aeroporto.