A Câmara Municipal de Macaé promoveu, nessa semana, mais uma importante audiência pública para a cidade, dessa vez com o tema “Cultura nas Ruas”, que aconteceu no Centro Cultural do Legislativo, no Centro.
Presidida pela vereadora Iza Vicente (REDE), a audiência teve duração de 3 horas, com a presença de artistas e autoridades locais, que apresentaram posições sobre eventos e manifestações em áreas públicas da cidade.
Na abertura, Iza Vicente, que também solicitou o encontro, falou sobre projetos que aprovados pela Câmara para garantir a promoção de atividades culturais em áreas públicas, como a Lei do Artista de Rua, sancionada pela gestão passada.
“Nosso mandato recebeu demandas de diversos setores sobre as dificuldades em fazer eventos públicos. Por isso, é muito importante essa discussão. Agradeço às autoridades que se fizeram presentes para dialogar com os artistas, pois sabemos que a burocracia para emissão de alvarás é um dos problemas”, relatou Iza Vicente.
Diretora artística e uma das fundadoras do Centro Integrado de Estudos do Movimento Hip Hop (CIEMH2), Thais Vieira afirmou que a falta de políticas contínuas é um dos maiores problemas a serem enfrentados.
“Em 1997, fui chamada para uma reunião com governantes e só ouvi sobre a necessidade de trazer gente de fora. Questionei sobre a falta de artistas locais, mas ouvi até risadas. Por muitos anos, a nossa companhia de dança circulou em vários países e, mesmo sem incentivos, levando o nome de Macaé. Lamento ver que o problema continua o mesmo em pleno 2023”, apontou Thais Vieira.
Uma das idealizadoras do projeto Circo de Areia, que promove apresentações circenses na Praia dos Cavaleiros há 9 anos, e integrante da Cia Chirulico, Aline Barbosa reforçou que a cultura é um direito previsto na Constituição Federal (CF).
“Nesse período, realizamos espetáculos que já foram vistos por 40 mil espectadores. Há domingos com mais de 300 pessoas, mas sequer existe um banheiro público na orla em caso de necessidade. Falo isso porque, muitas vezes, os governantes pensam somente em grandes recursos e projetos, mas o básico é esquecido”, reforçou Aline Barbosa.
De acordo com o coordenador de Fiscalização de Posturas, Rafael Bartolomeu, a prefeitura recebeu aproximadamente 400 pedidos para eventos em 2023, só recusando propostas que não cumpriam a legislação municipal, ou que tinham conflitos de datas.
Já o secretário de Cultura, Leandro Mussi, preferiu lembrar que a atual gestão do município vem trabalhando em prol da cultura, com reformas de espaços culturais do município, além de prometer 3 reinaugurações até o final desse ano.
“Gostaria de anunciar que estamos recuperando todos os espaços culturais e já em dezembro teremos 3 reinaugurações. Também trabalhamos muito para lançar os 2 editais da Lei Paulo Gustavo, com 2 milhões de reais de recursos do governo federal. Somos muito cobrados, mas há uma série de requisitos e normas que precisam ser cumpridos”, explicou Leandro Mussi.
