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Vereador Welberth Rezende nega que tenha havido qualquer conversa para assumir liderança do governo na Câmara de Macaé

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Indefinição da prefeitura em escolher líder escancara insatisfação de vereadores governistas em Macaé

Tunan Teixeira

 

Depois de ter seu nome ventilado como possível líder da bancada do governo na Câmara Municipal de Macaé, o vereador Welberth Rezende (PPS) negou, após a sessão desta terça-feira, 18, que tenha havido qualquer conversa com o prefeito nesse sentido.

“Não houve nada, nenhum convite, nenhuma conversa”, se limitou a dizer Welberth após a polêmica, porém curta sessão, que terminou pouco depois do meio-dia, algo, que, inclusive, não acontecia desde 2016.

A resposta de Welberth, que disse que tudo não passou de especulações, vem de encontro às declarações do vice-presidente da Casa e ex-líder do governo na Câmara, Julinho do Aeroporto (PMDB), que na última quarta-feira, 12, disse que o vereador mais votado na cidade nas últimas eleições estaria cotado para assumir o posto.

A indefinição com a escolha do líder da bancada vem gerando insatisfação por parte dos parlamentares da base aliada, insatisfação esta que ganhou voz nos discursos do Presidente da Câmara, Dr. Eduardo Cardoso (PPS) e do próprio Julinho, que voltou a afirmar que não será líder do governo em seu último mandato como vereador no município.

“É um momento de ebulição política, um momento muito triste, mas que não pode paralisar a administração. Sinto muita resistência de algumas lideranças do governo, de alguns líderes natos em aceitar a liderança da bancada. Julinho, Welberth, Cesinha (PROS), Paulo Antunes (PMDB), qualquer um deles poderia ser o líder do governo e não querem ser. Agora, dizer que os vereadores estão fazendo chantagem para conseguir cargos no governo, é uma mentira. Essas palavras, chantagem, delação, traição, nem fazem parte do meu vocabulário. É algo que aprendi de casa, desde pequeno, e que, agora, fica até difícil mudar. A Câmara não tem sido bem tratada pelo governo, mas eu tenho meu compromisso de voto com o prefeito, e continuarei cumprindo esse compromisso. Não tem nada a ver com indicar secretário, até porque eu não indiquei nenhum. E para o meu filho, Thales (Coutinho, Secretário de Esporte), que eu não indiquei, eu já falei várias vezes: larga isso, meu filho”, desabafou Dr. Eduardo.

Em seu discurso, usando do Grande Expediente, o Presidente da Casa voltou a criticar a imprensa que o acusa, assim como aos vereadores mais antigos da Câmara, de pressionar o governo, votando com a oposição, para conseguir mais cargos na prefeitura.

Disparando contra diversos secretários, Dr. Eduardo disse ainda que o fato de certos gestores não receberem as demandas dos vereadores não o incomoda, já que ele também não gosta de diversos secretários, tendo anunciado, inclusive, que não recebe alguns deles, escancarando os problemas de diálogo entre Legislativo e Executivo.

O discurso foi seguido por Julinho, que voltou a afirmar que não voltará à liderança governista da Câmara, pois segundo ele, o vereador acredita que já cumpriu seu papel. Assim como o presidente, o vice também negou que o desgaste com o governo se deva à nomeação de cargos, e alfinetou secretários e ex-secretários que concorreram com ele a vereador, e, de acordo com ele, tentaram prejudicar sua candidatura.

“Quando eu fui líder do governo, derrubamos tudo. Não perdemos nenhum veto, nenhum requerimento, nenhuma indicação. Derrubamos tudo. Os servidores não queriam nem me ver, porque me olhavam para mim e viam o governo. Enfrentamos uma oposição forte, liderada pelo Igor (Sardinha, PRB; ex-vereador), que tinha o Maxwell (Vaz, SD), o Amaro Luiz (PSB; ex-vereador), e depois teve o Marcel (Silvano, PT), e o Chico Machado (PDT; ex-vereador), e mesmo assim derrubamos tudo. E quando chegou o momento em que eu mais precisei, o que foi que o governo fez? Não me apoiou. Teve secretário do governo que botou 130 mil reais para desmobilizar minha campanha”, denunciou Julinho.

O Vice-Presidente da Casa aproveitou também para negar que o desgaste tenha ocorrido por interesse na nomeação de cargos no governo, e voltou a dizer que não será líder do da bancada governista no Legislativo, nesse mandato, que será seu último como vereador na cidade.

“Sobre esse negócio de cargo no governo, eu já tive muitos cargos no governo passado (de ex-prefeito Riverton Mussi, PDT) e não quero mais. Tive chance de indicar meu filho (no governo Riverton) e não quis. Quero ver alguém apontar aqui algum parente meu que tenha sido nomeado no governo passado. Isso, para não falar dessa gestão. Já tive cargos. Não quero mais a liderança do governo. Luiz Fernando (PTB) foi líder do governo passado (na gestão de Riverton). Sabe o que ele ganhou? Perdeu a reeleição. Não quero cargo, não quero mesmo. Não quero ser líder do governo porque o meu papel eu cumpri”, disparou Julinho.

 

Anúncio – Se o governo segue sem definir sua liderança na Câmara Municipal, a bancada de oposição anunciou nesta terça-feira, 18, o nome do jovem vereador Marcel Silvano para liderar a bancada que conta, atualmente, com Maxwell e Luiz Fernando.

A notícia foi dada pelo próprio Marcel, também durante o Grande Expediente, que aproveitou a insatisfação evidente entre os vereadores governistas para criticar a atual gestão, cobrando, como de costume, maior coletividade nas decisões e uma postura mais democrática e participativa, bandeiras que o parlamentar defende desde 2013, quando assumiu seu primeiro mandato no Legislativo, ainda pela chapa do atual prefeito, então eleito pelo PV.

O novo líder da oposição na Câmara macaense também reconheceu o momento delicado pela qual passa a política no país, no estado e na cidade, e repetiu que sua atuação continuará pautada por questões democráticas, que gerem mais igualdade e mais desenvolvimento para as pessoas da cidade, e não para as empresas.

 

Extraordinária – Ao fim da sessão, que teve os trabalhos invertidos nesta terça-feira, Dr. Eduardo lembrou ainda que, na próxima segunda-feira, 24, acontecerá mais uma sessão extraordinária na Câmara Municipal, a ser realizada a partir das 10h.

Segundo o presidente, a sessão acontecerá para dar mais celeridade aos requerimentos e indicações dos parlamentares, em toda última segunda-feira de cada mês, e será realizada exclusivamente para a votação de matérias protocoladas pelos vereadores, cujo número continua alto na secretaria da Casa.

Foto: Igor Faria


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