O Centro do Teatro de Oprimido (CTO), do Rio de Janeiro, participou, neste fim de semana, em Macaé, de mais uma ação envolvendo o método desenvolvido pelo mundialmente conhecido diretor, dramaturgo e escritor brasileiro Augusto Boal.
No último sábado, 21, um grupo do CTO participou de uma roda de conversa e uma performance fórum teatral com 20 alunos do 9º ano do Colégio Municipal Doutor Cláudio Moacyr de Azevedo, no Parque Aeroporto.
De acordo com a prefeitura, a ação falou sobre racismo e as abordagens violentas na adolescência e fez alusão ao dia 18 de maio, quando se comemora o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A roda de conversa com os alunos da unidade do Aeroporto e a participação do CTO teve e liderança da coordenadora do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Elisa Silva, que falou sobre o tema da ação.
“A exploração sexual é uma das piores formas de trabalho infantil, e hoje, por meio de um método lúdico e pedagógico, estamos discutindo essa questão com os jovens e ampliando o debate”, comemorou Elisa Silva.
Segundo a orientadora educacional, Raquel Miranda, essa temática voltada para assuntos como a violência, o bullyng e o racismo, entre outros, precisa ser trabalhada porque está no cotidiano da sociedade e dos alunos.
“Eles voltaram com uma demanda grande de socialização e o trabalho do teatro e da roda de conversa, abordando preconceito, são importantes para discutir o assunto com cultura e arte”, comentou o diretor adjunto da escola, Rodrigo Pessanha.
Coordenadora do projeto Teatro das Oprimidas, Maiara Carvalho informou que, além da performance, o fórum apresentou as propostas trazidas pelos próprios jovens da escola do Parque Aeroporto.
“A performance fórum abordou o racismo em diversos locais da sociedade e como a gente se responsabiliza como um todo para essas problemáticas; que não é só de um indivíduo, que não é só da pessoa que é negra”, falou Maiara Carvalho.
De acordo com a prefeitura, a performance fórum foi encenada por jovens de Niterói e é uma parceria com a Petrobras, e o Governo do Estado do Rio, por meio da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
Criado em 1986, o CTO é um centro de pesquisa e difusão que desenvolve a metodologia do Teatro do Oprimido em laboratórios e seminários de dramaturgia, ambos de caráter permanente, para revisão, experimentação, análise e sistematização de exercícios, jogos e técnicas teatrais.
Dirigido pelo próprio Augusto Boal em seus últimos 23 anos de vida, o CTO tem, atualmente, uma equipe que dá prosseguimento ao trabalho, com uma filosofia e ações que visam a democratização dos meios de produção cultural, como forma de expansão intelectual de seus participantes, além da propagação do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas como meio da ativação e do democrático fortalecimento da cidadania.
Além das ações, o CTO também implementa projetos que estimulam a participação ativa e com protagonismo das camadas oprimidas da sociedade, visando a transformação da realidade a partir do diálogo e de meios estéticos.
O projeto Teatro das Oprimidas tem como objetivo geral fortalecer os grupos teatrais populares de Teatro do Oprimido e Teatro das Oprimidas, ampliando seus raios de atuação, realizando oficinas de Teatro do Oprimido e Teatro das Oprimidas para estimular multiplicadores e cenas que mobilizem alternativas transformadoras para a juventude, em espaços populares e institucionais com a metodologia da Estética, do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas.
As ações em Macaé neste fim de semana fazem parte de um grupo de ações realizadas em municípios como Duque de Caxias, São Gonçalo e Itaboraí, Niterói, Nova Iguaçu, Maricá e no próprio Rio de Janeiro, cidade sede do grupo.