Pezão teria dito isso em reunião com os servidores, mas explicou que o motivo não seria político e sim médico
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Tunan Teixeira
Pressionado por todos lados e com um processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Governador do Estado do Rio de Janeiro, Pezão (PMDB), anunciou em uma reunião com servidores que pode não ficar no cargo até o fim de seu deu mandato, em 31 de dezembro de 2018.
Duramente criticado pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), há algumas semanas, Pezão, entretanto, explicou ao RJTV, que poderia deixar o cargo, mas não por motivos políticos e sim médicos.
A declaração foi dada por ele no fim da última semana, quando Pezão esclareceu que ao ter dito não saber se chegará a concluir seu mandato no Palácio da Guanabara se referia à sua condição de saúde, pois seu médico o teria oriento a parar de trabalhar desde já.
“Falei em sair no sentido da minha saúde, que a gente nunca sabe o que vai ocorrer. Meu médico pediu para que eu parasse agora para me tratar, estou só adiando” disse Pezão em conversa por mensagens com o jornalista Edmilson Ávila, do RJTV.
Em 2016, o governador já havia ficado licenciado do cargo por 7 meses, devido a um tratamento de um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer nas células de defesa do organismo.
O tratamento teve início no final de março, e em julho, exames mostraram a resolução completa do câncer, mas a licença médica foi estendida ao governador até o final de outubro do mesmo ano, quando ele retornou ao cargo.
Presente à reunião em Pezão teria dito que poderia permanecer no cargo, o presidente do Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Rio (Muspe), Ramon Carrera, afirmou, ao sair da reunião citada, que o governador disse “repetidas vezes” durante o encontro que não sabe se chegará ao fim do mandato.
“Me surpreendeu a naturalidade com que o governador disse repetidas vezes que não sabe se chegará até o fim do governo em 2018. O governador disse que não tinha um plano B, e que se o acordo de recuperação fiscal não for assinado, não tem como pagar os salários”, disse o representante do Muspe.
Ao RJTV, o governador também falou da expectativa de, junto ao governo federal, fechar o acordo para o Plano de Recuperação Fiscal do estado, permitiria ao governo estadual suspender o pagamento da dívida com a União, além de contratar empréstimos bilionários para garantir a quitação integral dos salários dos servidores do estado.
“O Rodrigo (Maia, DEM-RJ) e o ministro (Henrique) Meirelles têm tentado ajudar muito. Vamos trabalhar pra ver se fechamos essa na próxima semana”, afirmou Pezão.
Além de resolver a situação com os servidores, que convivem com salários atrasados desde o ano passado, a aprovação do Plano pelo governo federal também pode significar a permanência de Pezão no cargo.
A notícia veio depois das declarações do presidente da Alerj dadas à rádio CBN Rio, em que Picciani chamou o governador de “incompetente” e “despreparado”, entre outras coisas, e defende que, caso o acordo não seja assinado pela União, que a solução para o estado seria uma intervenção do governo federal ou o impeachment do governador.