Operação da Polícia Federal já prendeu diversos empresários ligados ao transporte fluminense
Tunan Teixeira
Depois de aceitar fazer delação premiada, o ex-subsecretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Veloso foi beneficiado por decisão do juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, e agora passará a ao regime de prisão domiciliar.
Preso quando ocupava a subsecretária estadual de Turismo do governo Pezão (PMDB), Luiz Veloso estava preso desde março deste ano, acusado de envolvimento em esquema de recebimento de propina de construtoras da Linha 4 do metrô.
Na época, Veloso era um dos homens de confiança do então secretário e atual vice-líder do governo Temer (PMDB) na Câmara, Júlio Lopes (PP). A prisão de Veloso soma-se às prisões da Operação Ponto Final, que também investigam esquemas de corrupção na área de transportes rodoviário do Estado do Rio.
A Operação Ponto Final já resultou na prisão de diversos empresários, entre eles, Lélis Teixeira, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), e Jacob Barata Filho, dono da Auto Viação Salineira, concessionária de transportes em Búzios, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Araruama, Arraial do Cabo e Saquarema.
Além deles, que foram soltos depois de alvará concedido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em julho, também foram presos agentes públicos, como Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio (DETRO).
O juiz Marcelo Bretas, que é responsável pelos processos da Operação Lava Jato e seus desdobramentos no Rio de Janeiro, concedeu prisão domiciliar ao ex-subsecretário Luiz Veloso pela sua colaboração com as investigações.
Em sua decisão, Bretas considerou que Veloso estava ajudando a Justiça e que não havia mais necessidade de sua prisão provisória. No entanto, o juiz não aceitou o pedido da defesa de revogação da prisão preventiva, e decidiu pelo regime de prisão domiciliar.
Em delação, o ex-subsecretário admitiu que, por 4 vezes, recebeu altas somas de dinheiro das construtoras Odebrecht e Carioca Engenharia, em valores superiores a 300 mil reais, mas disse que ficou com apenas parte deste total, algo entre 80 e 100 mil reais, além de ter admitido que tinha ciência de que se tratava de dinheiro ilícito.
Em agosto deste ano, Marcelo Traça Gonçalves, Octacílio de Almeida Monteiro, Cláudio Sá Rodrigues de Freitas, e Eneas da Silva Bruno, envolvidos na Operação Ponto Final, também foram soltos pela decisão de Gilmar Mendes.
As prisões de agentes públicos e empresários nas duas operações demonstram mais uma crise pela qual atravessa o Estado do Rio, com a descoberta de esquemas de corrupção em dois dos mais importantes setores do transporte público do Estado do Rio, o rodoviário e o ferroviário.
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