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Câmara Municipal de Macaé volta a ser palco de debate sobre violência contra a mulher

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Vereador Marcel Silvano critica “silêncio” de agentes políticos e da sociedade sobre o assunto

 

Tunan Teixeira

 

Na sessão da manhã desta terça-feira, 19, a Câmara Municipal de Macaé voltou a ser palco de debate sobre violência contra a mulher. O assunto voltou a ganhar a plenária com o vereador Marcel Silvano (PT) depois dos recentes assassinados de mulheres da região que chocaram a sociedade.

Usando de seu tempo no Grande Expediente, o vereador, líder da oposição, deixou de lado o discurso partidário e criticou o “silêncio” de agentes políticos e da sociedade sobre o tema, citando casos como o de Dandara, moradora de Conceição de Macabu, assassinada com 2 tiros na cabeça pelo namorado, Gabriel Rangel, depois que ela anunciou a gravidez ao rapaz.

“São diversos casos. Conceição de Macabu, Dandara, assassinada com 2 tiros. Daiana, morta em uma troca de tiros no bairro da Glória. Luciana Rodrigues de Souza, assassinada na Virgem Santa. Corpo de mulher encontrado no Bar do Côco, e que ainda não vi ser identificada. A escritora gaúcha Clara Averbuck, que denunciou recentemente ter sido estuprada por um motorista de Über. Um homem que foi preso por ejacular em uma mulher, foi solto, e fez de novo. E essa violência contra a mulher acontece em todos os âmbitos da nossa sociedade. Acontece na política. Basta ver o quanto sofrem as mulheres, deputadas e senadoras, no Congresso. Eu não me canso de falar desse exemplo, que retrata bem essa realidade de violência contra a mulher. A 1ª presidente mulher (Dilma Rousseff, PT) foi cassada e retirada do exercício de seu cargo sem que fossem comprovadas as denúncias de corrupção. Enquanto isso, um presidente homem (Michel Temer, PMDB), denunciado por 3 crimes de corrupção, é protegido por outros homens no mesmo Congresso, que não deixam sequer o presidente ser investigado”, analisou o vereador.

O maior alvo das críticas do vereador do PT, porém, não estavam direcionadas a questões político-partidárias, e sim, ao que ele entendeu como “silêncio” dos agentes políticos e da própria sociedade.

“No Brasil, 5 mulheres são estupradas por hora, e em 80% dos casos, os agressores são os parceiros (namorados, noivos, maridos) das vítimas. Os dados são alarmantes. No Brasil, 5 mulheres são espancadas a cada 2 minutos. E o estado e a sociedade fazem vista grossa. Ninguém fala sobre isso”, criticou Marcel.

Segundo dados de uma pesquisa do Datafolha para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados no último dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, 503 mulheres são vítimas de agressão física a cada hora em todo país. Os dados são referentes ao ano de 2016. Segundo o Dossiê Mulher, trabalho que é feito pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro, coletando dados de todos os órgãos de segurança do estado, os números são realmente alarmantes.

Companheiros, ex-companheiros, familiares, amigos, conhecidos ou vizinhos são responsáveis por 68% dos casos de violência física, 65% da violência psicológica, e 38% da violência sexual, sofridas por mulheres do Estado do Rio em 2016.

Além disso, pais, padrastos, parentes, conhecidos, amigos e vizinhos também foram acusados de 37% dos estupros de vulneráveis. A pesquisa apontou que 55,5% dos casos de estupro no ano passado tiveram meninas de até 14 anos como vítimas, e que mais de 60% dos estupros e dos crimes de lesão corporal dolosa, e 40% das tentativas de homicídio contra as mulheres, ocorreram dentro de casa.

Para o vereador, uma das saídas está em promover mais investimentos na educação, na área da conscientização das pessoas, homens e mulheres, além da busca pelo desarmamento, em todos os aspectos da sociedade, das armas de fogo aos corações das pessoas, criticando também os “discursos de ódio” que se propagam cada vez mais pelas ruas e pelas redes sociais.

“Não dá para deixar de falar disso. Elas (as mulheres vítimas de violência) não merecem 1 minuto de silêncio não. Elas merecem nossas vidas inteiras denunciando esses crimes, sem cessar”, concluiu Marcel Silvano.

Foto: Igor Faria


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