O caso que chocou a cidade de Campos dos Goytacazes ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (8). O delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia de Guarus (126ª DP), Carlos Augusto, confirmou em coletiva de imprensa que Carlos Eduardo de Aquino, responsável por atropelar e matar a própria mãe, Eliana Lima Tavares, de 58 anos, no último dia 28, será indiciado por feminicídio.
Inicialmente registrado como um acidente de trânsito, as investigações aprofundadas revelaram indícios de que o crime foi intencional. Segundo o delegado, seis fatores apontam para o dolo, ou seja, a intenção de matar: a forma como o veículo foi conduzido, a tentativa de fuga do local do crime, o desprezo pela vida da mãe, a boa iluminação da via e a identificação da bicicleta da vítima.
Além do feminicídio, Carlos Eduardo também responderá por cinco lesões corporais culposas, uma vez que outros cinco ocupantes de um veículo atingido pelo jovem após o atropelamento ficaram feridos.
A decisão de indiciar o autor por feminicídio foi embasada em um histórico de violência verbal contra a mãe, relatado por testemunhas. O Ministério Público já acatou a denúncia, transformando Carlos Eduardo de investigado em réu.
Vídeos mostram a brutalidade com que o filho, que é estudante de Medicina, tratava a mãe.
Repercussão
O caso gerou grande comoção na cidade e reacendeu o debate sobre a violência contra a mulher. A prisão em flagrante de Carlos Eduardo ocorreu após ele atropelar a mãe na Avenida Francisco Lamego, no Jardim Carioca. Além da mãe, outras cinco pessoas que estavam em outro veículo foram atingidas e socorridas para o Hospital Ferreira Machado (HFM).
As investigações iniciadas pela 146ª DP foram fundamentais para elucidar o caso e comprovar a intenção criminosa de Carlos Eduardo. Através de análises de imagens, depoimentos de testemunhas e perícia no local do crime, foi possível construir um cenário que desvendou a premeditação do ato.
O delegado Carlos Augusto ressaltou a importância de todos os elementos colhidos durante a investigação para a conclusão do caso. "A nossa maior tarefa foi justamente comprovar a intenção do agente, o dolo da conduta dele", afirmou.
Com a denúncia do Ministério Público, o caso seguirá para a Justiça, onde Carlos Eduardo responderá pelos crimes de feminicídio e lesões corporais culposas. A pena para o crime de feminicídio pode chegar a 30 anos de prisão.