Paralisadas em 2015, obras no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) estão próximas de serem retomadas com andamento de acordo entre a Petrobras e a China National Petroleum Corporation (CNPC)
A Bacia de Campos recebeu mais uma boa notícia na manhã desta quarta-feira, 4, quando a Petrobras e China National Petroleum Corporation (CNPC) anunciaram a assinatura de uma carta de intenções para definir os ativos que deverão integrar a parceria estratégica entre as duas empresas.
De acordo com a Petrobras, a carta tem como base um conceito de projeto integrado, em que as duas companhias pretendem avaliar a conclusão da refinaria do Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Comperj), além de uma participação da CNPC no cluster de Marlim, que abrange os campos de Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul, todos na Bacia de Campos.
Quando concluída, a parceria permitirá utilizar o óleo pesado produzido no cluster de Marlim para processamento na refinaria do Comperj, que, segundo a estatal brasileira, conta com infraestrutura adequada para este tipo de petróleo.
“Damos hoje mais um passo na busca de parceiros para concluir a refinaria do Comperj, ao mesmo tempo em que garantimos novos investimentos e a revitalização do campo de Marlim. Para mim, é mais uma demonstração de como uma Petrobras financeiramente saudável e equilibrada pode ter um impacto positivo para a sociedade brasileira e todos os seus acionistas”, disse o novo presidente da Petrobras, Ivan Monteiro.
Ainda de acordo com a Petrobras, para a CNPC, esse acordo significaria a oportunidade de fortalecer a parceria em E&P com a Petrobras, incluindo acesso a um projeto integrado com refino no Brasil.
As negociações entre a Petrobras e a CNPC começaram em julho de 2017 com a assinatura de um Memorando de Entendimento. E o encaminhamento da parceria deve render frutos para as cidades da Região dos Lagos e Norte Fluminense, que podem receber novos investimentos com a revitalização de campos na Bacia de Campos.
“Agora, as duas empresas trabalharão juntas para detalhar a parceria, a fim de consolidá-la para possibilitar a implementação do projeto. Os termos finais da negociação dependem do sucesso destas próximas etapas”, revelou a Petrobras nesta quarta.
A estatal brasileira lembrou que as obras da refinaria do Comperj foram interrompidas em 2015, com mais de 80% do projeto pronto, e que a parceria poderá viabilizar os investimentos necessários para sua retomada e conclusão.
“Parte dos ativos que compõem o cluster de Marlim passarão por uma fase de revitalização, que demandará investimentos expressivos para substituir as instalações existentes e também para instalar novos poços e sistemas submarinos. Este projeto tem por objetivo reduzir o declínio atual da produção e estender a vida útil do campo”, analisou a Petrobras.
Sobre a relação entre as duas empresas, a companhia brasileira ressaltou que, desde 2013, a Petrobras e a CNPC são parceiras na área de Libra, primeiro contrato pelo regime de partilha de produção, localizada no pré-sal da Bacia de Santos.
Em 2017, o consórcio formado pela Petrobras (operadora, com 40%), CNPC com 20% e pela British Petroleum (BP, com 40% de participação) foi o vencedor para o Bloco de Peroba, também na Bacia de Santos, um dos mais disputados do leilão, arrematado por 3,15 milhões de reais.
“Em julho de 2017, Petrobras e a CNPC assinaram um Memorando de Entendimento para iniciar tratativas referentes a uma parceria estratégica e avaliaram, conjuntamente, oportunidades no Brasil e no exterior em áreas-chave de interesse mútuo, nos segmentos de Refino, e de Exploração & Produção (E&P). A carta de intenções assinada agora é um desdobramento desse Memorando de Entendimento”, concluiu a Petrobras.