Lugar que atrai apreciadores do choro e roda de samba, vai oferecer neste mês, extensa programação de eventos. E nesta quarta-feira (10), grande roda de choro.
Da redação
“Como eu queria poder rebobinar esses 36 anos e poder de novo reviver essa história de um ângulo privilegiado e muitas vezes clandestino”. Essas são algumas das palavras de Wallace Junior, o Cisinho, proprietário de um dos mais tradicionais bares de Macaé, o Bico de Coruja, que nesta quarta-feira (10) completa 36 anos de existência. O lugar, semanalmente, atrai apreciadores do choro e roda de samba e vai oferecer, neste mês, extensa programação de eventos.
Considerado o reduto do chorinho e do samba da cidade, o Bico da Coruja está localizado próximo à Praia do Forte e ao Mercado de Peixes. Chega a ser comparado com a Lapa da capital, lugar frequentado por boêmios, amantes do choro e das rodas de samba. Ao longo desses anos, um grande grupo de amigos se reúne, todas as quartas-feiras, para tocar e curtir roda de samba e choro naquele espaço situado na Rua Benedicto Lacerda, 134 (Pororoca), batizado em homenagem a Benedicto Lacerda, grande parceiro de Pixinguinha.
Vale a pena conferir este encontro que mistura choro e roda de samba, às quartas-feiras, no Bico da Coruja, onde o clima é totalmente descontraído e alegre e o ponto de encontro atrai outros músicos e grupos de Macaé e arredores.
Do outro lado do balcão
... Como eu queria poder rebobinar esses 36 anos e poder de novo reviver essa história de um ângulo privilegiado e muitas vezes clandestino.
Momentos dignos de serem visto em câmera lenta, e outros, que mesmo com ajuda de um árbitro de vídeo, seria cicatrizado por não chegarmos a uma conclusão.
Eu posso dizer que, sem querer, acabei tendo uma visão privilegiada nessa história, e isso fez de mim uma peça importante nesse quebra cabeça descontinuado. Sou o famoso músico sem instrumento, o filtro entre o que está acontecendo e o que deveria ter acontecido de fato e que aprendi nesses 36 anos, administrar as diferenças de cada um que aqui já frequentou.
Não entendo nada de tradição, embora o Bar esteja dando passos largos rumo a esse reconhecimento. Confesso que todos, inclusive os músicos que aqui frequentam, nunca imaginavam que isso poderia acontecer, talvez seja esse o grande mistério que é o Bico da Coruja, um lugar onde a lógica do planejamento é desfeita.
Tive a oportunidade de ver clássicos serem compostos depois da saideira e projetos culturais importantes pra nossa história serem criados aqui antes do barulho da porta de aço.
Me orgulho de ver os Titãs Macaenses do Choro tocarem e serem acima de tudo, amigos. É por isso que temos motivos de sobra pra comemorarmos essa data tão especial.
36 anos convivendo com pessoas maravilhosas e tendo como pano de fundo, a roda de choro & samba do Bico da Coruja, faz de mim um homem realizado, pois continuo aqui atrás do Balcão, recebendo todos vocês, escutando suas histórias, respondendo suas perguntas e quando sobra um tempinho, eu ainda te sirvo.
Me chamo Wallace Junior, o Cisinho, e amo o Bico da Coruja.
Crédito: Raphael Bózeo