Novo operador precisará investir 2,2 bilhões de reais nos 5 aeroportos que fazem parte do pacote
Tunan Teixeira
Sem receber voos comerciais de passageiros desde 2015, por conta de problemas estruturais em sua pista de pouso e decolagem, o aeroporto de Macaé, visto com um dos mais importantes “gargalos” da logística da cidade, está cada vez mais perto de ver seus problemas resolvidos.
Nesta semana, o aeroporto da Capital Nacional do Petróleo, teria entrado em um pacote puxado pelo aeroporto Santos Dumont, um dos mais importantes do país e segundo maior da cidade do Rio de Janeiro.
A notícia veio do Jornal O Globo, que informou que já estaria praticamente certo que o vencedor do leilão do Santos Dumont assumiria também os aeroportos de Macaé e Jacarepaguá, no Estado do Rio; de Vitória, no Espírito Santo; e da Pampulha e o Carlos Prates, em Belo Horizonte.
O governo federal teria cogitado incluir Uberada e Uberlândia, também de Minas, mas desistiu da ideia, segundo uma fonte graduada contou ao jornal. O lance mínimo estaria previsto em 1,7 bilhão de reais.
Ainda conforme O Globo, o operador vencedor teria de investir em todo o grupo 2,2 bilhões de reais, durante o prazo da concessão, que será de 30 anos. Outra informação revelada pela matéria era de que, para evitar concentração no mercado, o operador do Galeão não poderá entrar na disputa.
Esses investimentos poderiam ser a solução para os problemas do aeroporto de Macaé, cidade considerada uma das mais importantes do país para a cadeia do petróleo nacional, por abrigar a segunda maior cadeia de empresas especializadas no setor em todo o mundo, com mais de 70 empresas.
O aeroporto deixou de receber voos comerciais de passageiros em 2015, quando a Azul Linhas Aéreas, responsável pela operação dos serviços, anunciou a troca de aeronaves ATR 42 pelos modelos ATR 72, com maior capacidade de transporte, e, segundo a empresa, na época, mais em acordo com o mercado brasileiro e internacional de aviação.
O problema é que, por problemas estruturais, a massa asfáltica da pista de pouso de decolagem não teria capacidade para suportar o peso das novas aeronaves utilizadas no mercado, e, desde então, sem recursos federais, as obras nunca saíram do papel.
De acordo com O Globo, a nova sistemática, defendida pelo Ministério dos Transportes, será apresentada ao conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), presidido pelo presidente Michel Temer (PMDB), no dia 23 de agosto, com a ideia de fazer os leilões entre junho e julho de 2018.
Também teria ficado acertado que o novo governo decidirá o destino de Congonhas, que continua na rede da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) até lá, dada a sua relevância financeira para a empresa.
Cálculos preliminares apontam que o lance mínimo do aeroporto paulista teria de ser o dobro do valor estimado para o Santos Dumont. Segundo o Ministro dos Transportes, Maurício Quintellla, o Santos Dumont ainda dispõe de algumas áreas que permitirão ampliar a capacidade do aeroporto e o conforto ao usuário.
Quintella teria dito a O Globo que melhorias nas áreas comerciais, otimização dos espaços para circulação e no terminal de passageiros, além do emprego de novas tecnologias para ampliação de capacidade do terminal, obras para aumentar a aderência na pista, redução dos embarques e desembarques remotos, o que reduziria os ônibus para transportar passageiros, são outras medidas que devem ser tomadas pelo futuro operador do aeroporto.
Nos últimos 5 anos, a Infraero investiu 87 milhões de reais no aeroporto central do Rio. Na última edição do índice de satisfação dos usuários, divulgada pela Secretaria de Aviação Civil (SAC) em julho, o Santos Dumont aparece na sexta posição do ranking. Numa escala de 1 a cinco, o terminal obteve nota 4,47, atrás de Campinas, Curitiba, Brasília, Recife e Confins (Belo Horizonte).
Foto: Tadeu Mouzer