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Presidente se reúne com ministros para tratar de reformas e denúncia de corrupção

Empossado em maio de 2016, presidente Michel Temer (PMDB) estaria preocupado com futuro no cargo depois de possibilidade de denúncia da Procuradoria Geral da República sobre corrupção passiva

Procuradoria-Geral da República se prepara para denunciar Temer por corrupção passiva

 

Foto: Pedro Ladeira

Tunan Teixeira

 

O presidente Michel Temer (PMDB) se reuniu no início da noite do último domingo, 25, com seus principais ministros no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Oficialmente o objetivo seria tratar da retomada das duas reformas propostas pelo governo, da Previdência e Trabalhista, mas, de acordo com a revista Veja, o tema principal teria sido a esperada denúncia contra Temer a ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de corrupção passiva.

Estiveram presentes os ministros da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB); da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB)); da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD); da Justiça, Torquato Jardim; da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB); e do Itamaraty, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB).

Pelo Congresso, estavam presentes o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP) e André Moura (PSC), além do advogado pessoal de Temer, Gustavo Guedes, que também participou do encontro na residência oficial do presidente.

De acordo com a publicação, até esta terça-feira, 27, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar uma denúncia contra Temer relativa às acusações incluídas no acordo de delação premiada dos donos da JBS, em que Temer é acusado de estar envolvido na compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em 2016.

A denúncia iniciaria sua tramitação pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC ou CCJ), e para que o presidente garanta sua permanência no cargo, seria fundamental recompor a força da base de sustentação na Câmara Federal, abalada depois da delação da JBS.

A Veja explica ainda que, depois de analisada a denúncia, um parecer deverá ser votado pela CCJ. Mas independentemente do resultado, o passo seguinte será a apreciação da denúncia no plenário, motivo pelo qual Temer teria reunido os ministros e os deputados no último domingo.

A revista lembra que para que a Câmara autorize o julgamento de Temer pelo Supremo Tribunal Federal (STF) são necessários 342 votos dos 513 possíveis. E essa não é a única pauta que deve ser votada nesta semana, caso a PGR encaminhe a denúncia na terça. Segundo a agenda legislativa, a Reforma Trabalhista também pode ser votada na CCJ nesta semana.

A votação na CCJ, em tese, seria o último passo antes do projeto ser encaminhado ao plenário, onde precisará de maioria simples para ser aprovado, já que já passou pela Câmara, mas a derrota do projeto em votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) teria deixado a bancada governista em alerta.

Nos próximos dias, o governo pretenderia ainda redobrar os esforços para retomar a tramitação da Reforma da Previdência na Câmara, algo que ficou em suspenso desde a revelação da delação dos donos da JBS.

A revista lembra também que, como se trata de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), o governo precisa contar com o apoio de 3/5 dos deputados, ou seja, com 308 dos 513 votos possíveis em dois turnos, para só então, enviar a proposta ao Senado.

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