Tido anteriormente como um aliado “mais confiável” do governo municipal, o presidente em exercício da Câmara Municipal de Casimiro de Abreu, Odino Miranda (PSDC), parece estar colocando as “garrinhas de fora” na cidade.
Nesta sexta-feira, 9, o site do jornalista Elizeu Pires publicou parte de uma suposta conversa gravada em que o vereador pede a união dos parlamentares para “peitar” o atual prefeito, Antônio Marcos (PSC) ainda antes das eleições.
“Nós somos fortes quando estamos juntos. Independente da luta do voto nós temos que fazer uma corrente e peitar Antonio Marcos antes das eleições. Se ele não quiser a gente não ajuda. Nós temos que estudar a possibilidade de deixar essa lei aprovada. Vamos arrumar um jeito de votar ela (...) com alguma modificação. Já vamos deixar o outro prefeito amarrado com a gente. Nós precisamos fazer isso”, teriam sido as palavras do vereador, em uma suposta conversa gravada por um membro da Câmara.
A lei que Odino pretenderia aprovar é um instrumento com o qual os vereadores, liderados pelo ex-presidente do Legislativo, Alessandro Pezão (PSC), pressionavam o prefeito a negociar com eles, e que foi rejeitada em plenário.
Porém, o alvo de Odino Miranda não se restringe ao atual prefeito, e pretende deixar “amarrado” também o governante a ser eleito no dia 2 de outubro, seja ele que for e de que partido seja.
O tom da conversa mostra que o vereador está indo pelo mesmo caminho do ex-presidente da Casa, Alessandro Pezão, que foi afastado do cargo e denunciado à Justiça pelo Ministério Público por prática de corrupção.
Em 2015, Pezão tentou aprovar um projeto de lei que assegurava aos vereadores poder para condenar, sem o direito de defesa, e no momento em que bem entendessem, o governante da cidade, afastando-o do cargo por 180 dias, mesmo sem culpa formada.
Meses depois, Pezão sofreu acusações de que estaria se apropriando indevidamente de parte dos salários dos comissionados da Câmara, e depois de o Ministério Público ter comprovado as acusações, Pezão foi afastado do cargo de vereador e da Presidência da Câmara.
Segundo o site, a lei “esquisita” seria uma cópia fiel de um texto aprovado por várias Câmaras em todo Brasil e que já foi derrubado pela Justiça por ser considerado inconstitucional.
O projeto de Casimiro chegou a ser aprovado em março de 2015, mas foi derrubado em segunda votação, depois que um áudio com a voz do então presidente da Casa vazou e comprometeu todo o esquema montado pelos vereadores.
“Nós não podemos deixar de votar essa lei. É a única moeda de troca que vamos ter com ele (o prefeito). É a única moeda de troca que nós temos”, dizia Pezão, que este ano perdeu a cadeira de presidente, deixando o lugar para Odino Miranda, agora também flagrado em inconfidência semelhante.
Tunan Teixeira
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