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Governo do Estado do Rio tem estado de calamidade financeira ampliado até 2018

Sessão na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) foi marcada por protestos de concursados na área da segurança, que pediam a aprovação de proposta da deputada Marta Rocha (PDT), para a convocação dos concursado

Ampliação foi decidida pelos deputados estaduais na Alerj por 37 votos a 26

 

Foto: Divulgação

 

 

Tunan Teixeira

 

Por 37 votos favoráveis contra 26 contrários, deputados estaduais do Rio de Janeiro aprovaram nesta semana o projeto do Executivo que ampliou o estado de calamidade pública financeira do estado até 2018.

A medida, votada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), permite que o governo ultrapasse os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), numa tentativa de desafogar o Governador Pezão (PMDB), que, assim como seu vice, Francisco Dornelles (PP), pode deixar o cargo a qualquer momento, tão logo seja julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recurso pedindo da cassação de seus mandatos.

Em estado de calamidade financeira desde 2016, o Governo do Rio justificou a prorrogação alegando que os cofres públicos do estado ainda não estão equilibrados, haja visto os atrasos intermináveis no pagamento da folha salarial dos servidores.

“Se o estado não sair desta letargia fiscal e financeira, terá que demitir. Se não tivermos uma sobrevida, se não tiver dinheiro, a demissão é automática. Porque a lei (LRF) manda assim. O estado não vai demitir se ele se recuperar”, declarou o deputado Paulo Melo (PMDB), ex-presidente da Alerj.

Aliado do governo do estado, o deputado André Correa (DEM) fez coro com a declaração de Paulo Melo, e também usou a possibilidade de demissões de servidores estaduais para justificar a decisão da bancada de aprovar o projeto do governador.

“Esta matéria que votamos evita que o Poder Executivo mande embora 111 mil servidores públicos. Isso o Executivo teria que fazer para poder cumprir o limite de 60% (de gastos com funcionalismo), que é o que manda a LRF”, disse Correa.

Tentando pressionando ainda mais o já combalido governo do estado, a oposição fluminense, que desde os escândalos de corrupção envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB), ganhou o apoio do PSDB, votou contra por considerar exagerada a prorrogação até o ano que vem.

“A lei complementar (de recuperação fiscal dos estados) sancionada, na segunda-feira (22), pelo presidente da república, que permite que os estados façam ajuste fiscal, não tem nenhuma previsão do estado ter decreto de calamidade pública”, defendeu o agora opositor, Luiz Paulo (PSDB).

Apesar das lideranças governistas sustentarem que não haverá demissões, uma proposta de emenda da bancada do PSOL, que vedava a demissão de servidores estaduais mesmo em caso de atingido o limite de despesa de pessoal, disposto na LRF, foi rejeitada por maioria.

 

Segurança – Ainda nesta semana, foi aprovada uma emenda ao texto, da deputada Marta Rocha (PDT), obrigando a contratação de concursados da área de segurança.

Durante a sessão na Alerj, manifestantes lotaram uma das galerias, numa tentativa de pressionar os parlamentares para aprovação da emenda.

Segundo os manifestantes, são cerca de 4 mil pessoas que passaram no concurso para a Polícia Militar e aguardam convocação, além de um contingente de 96 concursados para papiloscopistas da Polícia Civil, que também serão beneficiados com a aprovação da emenda, embora a medida não especifique um prazo para que o governo chame os candidatos aprovados, lembrando ainda que, para que eles sejam chamados, ainda será necessário que Pezão sancione a emenda, o que pode não acontecer.

 

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