Para este ano, os índices do reajuste variam de 1,36% a 4,76% e foi autorizado conforme nível de concorrência dos produtos
Daniela Bairros
Nessa semana, o governo anunciou o bloqueio de gastos que será feito no orçamento deste ano. Consequentemente, vai elevar a taxa de impostos. O bloqueio poderá ficar entre R$ 40 bilhões a R$ 65 bilhões. O aumento na taxa de tributos já atinge a saúde do brasileiro, pois foi anunciado nessa sexta-feira (31), reajuste de até 4,76% nos preços dos remédios. A medida foi publicada no Diário Oficial da União. O aumento foi fixado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), que é um órgão do governo formado por representantes de vários ministérios. O reajuste é válido para mais de 19 mil medicamentos, disponíveis no mercado varejista brasileiro.
Foram autorizados três níveis diferentes de alta, seguindo o perfil de concorrência dos produtos e as categorias com um maior número de genéricos. Diante disso, o aumento também poderá ser maior. Os níveis são:
- Classes terapêuticas sem evidências de concentração – reajuste de 4,76%.
- Classes terapêuticas moderadamente concentradas – reajuste de 3,06%
- Classes terapêuticas fortemente concentradas- reajuste de 1,36%
O reajuste, segundo a portaria, leva em conta o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no último dia 10 de março deste ano, acumulando uma taxa de 4,76%, no período entre março do ano passado e fevereiro de 2017.
Reajuste não pode ser total
Em nota, a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) informou que o índice máximo é destinado aos medicamentos com maior oferta no mercado e, que devido a concorrência e os descontos em farmácias, o reajuste não pode ser total.
O órgão informou também que a média dos reajustes está novamente abaixo da inflação, fato que se repetiu quase todos os anos desde 2005.
A entidade explicou ainda que os índices de reajuste são calculados com base no IPCA e também levam em conta fatores de produtividade e de concorrência apontados pela CMED. Segundo a associação, no ano passado, o índice acabou sendo mais alto porque o país passava por um período de alta na inflação.
A Interfarma ressaltou que entre 2005 e 2016, a indústria farmacêutica teve permissão para reajustar em até 77% o preço dos medicamentos. Contudo, o IPCA do período foi de 103% , diferença de 26 pontos percentuais. Os planos de saúde, por exemplo, registraram aumento médio de 177% nesses anos, índice acima da inflação e bem acima do índice concedido ao setor farmacêutico.
Atenção consumidor
Com o reajuste, é preciso pesquisar em diferentes redes, e não deixar de pechinchar. Há diferenças mesmo dentro da mesma rede, de uma loja para outra.
Consultar seu médico sobre a possibilidade de usar a versão genérica do medicamento. O genérico, em regra, é mais barato, pois há diferenças nos preços cobrados por diferentes laboratórios.
- Peça para seu médico receitar o medicamento pelo nome do princípio ativo e não pelo nome de marca. Assim, será mais fácil verificar a existência de genéricos e optar pelo mais barato.
- Consulte o médico sobre a possibilidade de utilizar medicamentos que constam da lista do Programa Farmácia Popular, que oferece remédios gratuitos e com preços até 90% mais baratos. Há uma série de farmácias e drogarias que participam do programa.
- Para quem tem doença crônica, também outra forma de economia é a adesão a programas de fidelização de laboratórios. A adesão é feita pelo site das empresas ou por um telefone 0800, identificado nos rótulos dos produtos. Dependendo do medicamento, os descontos chegam até 70%.
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