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Terminal da Petrobras em Cabiúnas, Macaé, comemora 35 anos de atividades

Evento de celebração homenageou o músico macaense Benedicto Lacerda

 

 

Tunan Teixeira

 

Há quase 40 anos em Macaé, a Petrobras comemorou nesta quinta-feira, 11, os 35 anos das atividades do Terminal de Cabiúnas (Tecab), que é responsável pelo processamento de todo o gás natural extraído das operações da Bacia de Campos e de parte do gás natural da Bacia de Santos.

A celebração, que aconteceu às 9h no auditório do Terminal,  homenageou o músico macaense Benedicto Lacerda, que emprestou seu nome para a unidade, que agora passa a se chamar Base Benedicto Lacerda.

Com 3,8 mil quilômetros quadrados (km²) de extensão e 1,7 mil km² de área construída, o Tecab entrou em funcionamento em 11 de maio de 1982, quando processava 25% do petróleo nacional, e só a partir de 1984, começou a fazer o processamento de gás natural.

Durante o evento, o gerente da unidade, Paulo Nolasco, explicou a importância do trabalho realizado no Terminal, lembrando que o petróleo e o gás natural extraído pela Petrobras em suas operações, não são puros, e por isso, precisam ser processados.

“A plataforma produz petróleo e gás. Lá mesmo, eles são separados um do outro. E depois eles vêm para cá. O petróleo fica estocado aqui por mais ou menos 1 dia, sendo decantado. Junto com ele, vem água, que a gente chama de água oleosa, de alta salinidade, e que precisa ser separada do petróleo. Então ele fica decantando por 1 dia para fazer essa separação. A água, a gente devolve para o poço de água, que fica a 3 mil metros de profundidade, atendendo todas as normas ambientais. O petróleo vai para a refinaria de Duque de Caxias. O gás natural, na verdade, é uma mistura de gases. E basicamente o nosso trabalho é fazer a separação desses gases. Então nós temos 2 produtos e 2 insumos. Um dos produtos é o gás processado, que segue pela rede de dutos e tem uso industrial, térmico e automotivo. O outro produto é o gás de cozinha, que é o mesmo que vai para o botijão da sua casa. Depois de separado, ele vai para os caminhões que abastecem o Norte Fluminense e o Espírito Santo, o restante é bombeado para o Rio de Janeiro. Ah, mas é bombeado? Como assim? É que o gás de cozinha é líquido, e se você sacudir um botijão, vai perceber isso. E os dois insumos são o líquido de gás natural e a gasolina natural, que são utilizados pela indústria do petróleo”, explicou.

O gerente da unidade se emocionou ao contar sobre o dia em que recebeu a notícia da vinda da Petrobras, ainda em 1974, quando cursava a universidade em Niterói, e um amigo disse que haviam descoberto petróleo no litoral fluminense.

“Ele entrou, com um jornal na mão – nunca vou me esquecer disso – e disse para mim assim, ‘campista, descobriram petróleo lá na sua terra’. Aquilo me marcou muito. E eu nem imaginava que faria parte do setor do petróleo”, contou Paulo Nolasco.

Em seu discurso pelo aniversário do Tecab, ele agradeceu aos funcionários da empresa, às outras bases da Petrobras, vizinhas ao Terminal, e à cidade de Macaé, que acolheu a indústria do petróleo e seus trabalhadores, lembrando que muitos deles passaram a se tornar cidadãos macaenses.

O representante do Prefeito Dr. Aluízio (PMDB), que não pode comparecer devido ao uma reunião urgente na capital fluminense, lembrou que tanto ele quanto o prefeito são de uma geração que cresceu com a chegada da Petrobras na cidade, e falou das transformações que Macaé sofreu desde a chegada da empresa, no fim dos anos 70.

“Como é coincidente a nossa história de vida com a Petrobras. Nós somos de uma geração que foi influenciada sobremaneira pela chegada da empresa. Nós temos praticamente a mesma idade do Terminal de Cabiúnas. Macaé também tem muito a agradecer a Petrobras, que é a mola-mestre da nossa cidade. Por isso estamos trabalhando muito para oferecer as melhores condições de vida para a empresa, as melhores condições de saúde, as melhores condições de transporte. Sei que ainda estamos muito longe do que a gente quer, mas temos trabalhado muito e vamos continuar trabalhando para isso”.

 

Rota 2 – Com a ampliação da área, em 2010, já visando o crescimento da indústria do petróleo, devido ao Pré-Sal, o Terminal de Cabiúnas, agora Base Benedicto Lacerda se tornou o maior polo de processamento de gás natural do Brasil, com a criação da Rota 2, que liga a unidade à Bacia de Santos, em São Paulo.

Com o início das operações do gasoduto Rota 2, em fevereiro de 2016, o Tecab passou processar 25 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, chegando a um recorde de processamento e praticamente dobrando o volume processado, segundo a Petrobras.

 

Homenagem – O evento contou também com a presença de Sidney Castelo Branco, parente de Benedicto Lacerda, que recebeu uma placa comemorativa pelo aniversário do Terminal e pelo novo nome da agora base da Petrobras, que homenageia o compositor, flautista e maestro, que teve algumas músicas reproduzidas pelo grupo Segura o Choro durante a celebração.

Nascido em Macaé, em 1903, Benedicto Lacerda marcou a música brasileira na primeira metade do Século XX, sendo eternizado em parcerias com Pixinguinha, além de acompanhar grandes expoentes da música brasileira, como Carmem Miranda, Francisco Alves, Silvio Caldas, Noel Rosa e Aracy de Almeida.

Foto: Igor Faria

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