Secretário Aquiles Vieira disse que deve anunciar nesta semana se edital do programa será lançado ou não esse ano
Tunan Teixeira
Deve sair esta semana a confirmação sobre o lançamento ou não do edital do Programa Bolsa-Atleta da Prefeitura de Macaé. A informação foi dada pelo novo Secretário de Esportes do município, Aquiles Lemos Vieira, durante Audiência Pública realizada na Câmara, na semana passada.
A notícia veio em resposta aos questionamentos do vereador de oposição, Marvel Maillet (REDE), que presidiu a Audiência Pública sobre o tema, e vinha cobrando o ex-secretário, Thales Coutinho, a respeito do assunto.
O programa municipal foi originado pela Lei 2.756/2006, para beneficiar o esporte amador, olímpico e paraolímpico da cidade, mas acabou interrompido depois de ser denunciado por ter pago a atletas que não moram em Macaé e nem atuam profissionalmente, entre outros problemas diversas suspeitas.
“Numa competição no exterior, um atleta brasileiro de outra cidade me disse que conseguiu a bolsa-atleta após transferir 5 títulos de eleitor para cá”, relatou Filipe Cyríaco, atual campeão sul-americano de jiu-jitsu.
Os vereadores Julinho do Aeroporto (PMDB) e Maxwell Vaz (SDD) apoiaram a ideia de uma CPI do Bolsa-Atleta, tema que vem sendo levantado pelo Presidente da Câmara, Dr. Eduardo Cardoso (PPS) já há algum tempo.
“Ganho tudo em Macaé e tenho resultados internacionais e nacionais, como o da última Maratona de Curitiba: 11º no geral e 1º na minha categoria, mas nunca consegui a bolsa”, disse o ultramaratonista e pedreiro Joseilton da Silva Santos, de 39 anos.
Dr. Eduardo responsabilizou os investimentos no basquete e no futebol profissional, dizendo ter sido desperdício de recursos que poderiam ir para o Bolsa-Atleta. O ex-secretário Thales, servidor concursado da prefeitura e filho do presidente da Câmara, também falou sobre patrocínios de 196 mil reais mensais para o basquete e 2 milhões de reais para o futebol. “Porém, quanto a esse segundo valor, não cheguei a ver documentos”, ponderou o ex-secretário.
Thales disse ainda que recebeu 13 denúncias de irregularidades, que foram investigadas, resultando na exclusão de 2 atletas do programa. Ele também entregou ao novo secretário um estudo com propostas para mudanças no programa, o que agradou aos vereadores presentes à Audiência.
Também participaram da audiência os vereadores Alan Mansur (PRB) e Welberth Rezende (PPS), que, com Marvel, integram a Comissão Permanente de Esportes, além de Val Barbeiro (PHS), Dr. Márcio Bittencourt (PMDB) e Neto Macaé (PTC).
O ex-secretário de Esportes, que assumiu a pasta em 2015, quando as bolsas ainda vinham sendo pagas, pediu desculpas aos atletas por não ter conseguido solucionar o problema a tempo de voltar a ajudá-los.
“Após anos seguidos com orçamentos de 18 milhões de reais para o esporte, em 2016 esse valor caiu para 4 milhões. Portanto, peço desculpas aos atletas, mas não pudemos lançar novo edital”, disse Thales.
Foto: Ivana Gravina
