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Nova proposta para o transporte público de Macaé e inclusão do VLT são destaques de audiência pública na Câmara

À esquerda na foto, vereador Cristiano Gelinho (PTC) preside audiência pública que apresentou nova proposta da prefeitura para os serviços de transportes públicos no município

A pedido da Prefeitura de Macaé, a Câmara Municipal promoveu, na noite da última quinta-feira, 11, uma audiência pública para discutir a concessão dos serviços de transporte público, bem como a abertura de novo processo licitatório.

O evento, que contou com a presença de representantes do Executivo e alguns vereadores, foi presidido pelo vereador Cristiano Gelinho (PTC), presidente da Comissão de Transportes e Mobilidade Urbana da Casa.

O objetivo da nova proposta para o transporte público de Macaé apresentada no início da audiência, pelo consultor técnico da Secretaria de Mobilidade Urbana, Gabriel Emerick, está tornar o transporte coletivo público atraente frente ao transporte individual, estimulando o uso da nova rede de mobilidade urbana, multimodal e integrada física e tarifariamente.

Entre as novidades da proposta estão a utilização de novas tecnologias; o aumento da capacidade dos ônibus; a reestruturação do transporte; a criação de uma rede noturna de serviços de transporte coletivo; a implantação de um sistema de informações que teria o nome de MobiMacaé; a implantação de um sistema de bilhete único; a modernização e expansão de estações e terminais; a implantação de um Centro de Controle Operacional (CTA); a criação de um serviços de classe executiva; com ônibus especiais com ar condicionado, poltronas reclináveis, internet e wi-fi; e a implantação do Sistema Rápido de Transporte (SRT) e do Veículos Leve sobre Trilhos (VLT).

Sobre o VLT, a proposta é implantar 18 estações, Lagomar, Engenho da Praia, Jardim Franco, Piracema, Nova Esperança, Malvinas, Macaé (na antiga estação ferroviária de Macaé), Central (junto ao Terminal Central), Parque da Cidade, Cancela Preta, Glória, Novo Cavaleiros, Lagoa, São Marcos, José Carlos Paes, Imboassica e Parque de Tubos, ligando diversos bairros da cidade.

Neste mesmo trajeto, mas via ônibus, seria implantado, com mais estações, o SRT ligando o Lagomar ao Parque de Tubos, semelhante aos corredores de ônibus utilizados em grandes capitais e outras cidades do país.

“A intenção do Executivo não é transformar a linha férrea num corredor de ônibus. Pelo contrário. É fazer justamente a integração VLT e sistema de ônibus. Às vezes as pessoas vão olhar e vai diminuir o número de ônibus. É porque nós queremos aumentar a quantidade de ônibus com capacidade maior, 15 metros, diminuir os pequenos. Vai tirar ônibus de rua, vai diminuir engarrafamento, vai diminuir poluição. A intenção é essa. E aí a empresa que ganhar o certame, o processo licitatório, é obrigada a investir no VLT”, explicou o Secretário de Mobilidade Urbana, Carlos Roberto Lima Oliveira, em resposta à questionamento do vereador Dr. Luiz Fernando (PTC).

Sobre as críticas de que o atual governo teria deixado de lado os 2 trens comprados na gestão do ex-prefeito Riverton Mussi (PDT), mesmo sabendo que elas não eram compatíveis com os trilhos da cidade, o secretário explicou que a situação não bem essa, e que a depreciação das composições não é tão grande quanto as pessoas acreditam.

“Quanto à depreciação [das duas composições], eu tenho 1 ano e 4 meses lá na UM. Quando eu entrei já vieram os técnicos do TCE-RJ para fazer auditoria, ver toda essa parte aí. E nós contratamos; eu cheguei a questioná-los, que eles queriam uma empresa para fazer a manutenção. Na época, a Bom Sinal, que é a fabricante dessas duas composições do VLT, cobrou 2 milhões, 600 e poucos para fazer a manutenção. Eu perguntei para os auditores. ‘É viável? Como é que vamos gastar um dinheiro desse?’. E eles concordaram. Então nós contratamos uma empresa chamada  Avalor para fazer a avaliação. Foi feita a avaliação. Hoje cada unidade daquela, em 8 milhões e alguma coisa. Então não houve tanta depreciação assim. O que nós podemos fazer, nós fazemos. Nós estamos ligando as composições, fazendo a manutenção pelo menos o básico, a limpeza, fazendo ele andar um pouco. Não temos como fazer ficar andando até a Imboassica no momento, porque tem dormentes que têm que ser trocados. O pessoal da CBTU, do Ministério das Cidades, que não existia, esteve aqui. Eles tinham interesse. Mas eles tinham o interesse de levar para fora. Então para o governo não compensava. Se eles querem para levar para fora, ele serve para andar aqui dentro também. Então foi feito todo um levantamento pelos técnicos da UM. Foram a pé da UM até o Parque de Tubos, por toda a linha, para ver as condições da linha, desses dormentes, para ver se há condições de colocá-los para andar. Tudo isso foi feito um estudo. E quando o prefeito solicitou essa audiência pública para tratarmos da concessão do transporte público, de um novo processo licitatório, um dos requisitos era esse, o VLT”, detalhou Carlos Roberto.

A prefeitura revelou ainda que novas linhas de ônibus e a obrigatoriedade da presença de um cobrador também são destaques propostos no novo contrato de concessão que, após o processo licitatório, terá 2 anos para o início da operação.

Além disso, o governo municipal lembrou que no próximo dia 30 de junho haverá uma consulta pública que tem o transporte público como tema, e assim como o vereador Julinho do Aeroporto (MDB), sugeriu a realização de novas audiências públicas para debater a concessão do serviço e o novo processo licitatório.

Entre as autorias presentes à Câmara, estavam representantes da Secretaria de Mobilidade Urbana, a secretária de Esportes, Andréia Freitas, o secretário adjunto de Serviços Públicos e ex-vereador, Jocimar Boca (MDB), e os vereadores Dr. Luiz Fernando (sem partido), Robson Oliveira (PSDB), Marvel (REDE), Reginaldo do Hospital (PROS), Dr. Márcio Bittencourt (MDB), Val Barbeiro (PHS) e Cesinha (PROS).

 

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