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Em defesa dos pais, novamente investigados por corrupção, Wladimir Garotinho dispara contra a Justiça de Campos e elogia deputado de Macaé

Em discurso na tribuna da Câmara Federal, o deputado Wladimir Garotinho (PSD-RJ) abriu fogo contra o Judiciário de Campos dos Goytacazes, reduto eleitoral de sua família, após as prisões de seus pais, os ex-governadores do Rio, Anthony (sem partido) e Rosinha Garotinho (PATRIOTA), na última terça-feira, 3.

“Já não é de hoje que um grupo da Justiça local da cidade de Campos vem perseguindo a minha família, já não é de hoje que estamos sujeitos a todo tipo de humilhação por um grupo que, por interesses políticos e financeiros, tenta a todo custo destruir a minha família e destruir a honra dos meus pais. Até quando?”, criticou Wladimir.

Apesar das críticas, sobrou espaço para Wladimir elogiar a conduta do também deputado federal Felício Laterça (PSL-RJ), que foi delegado da Polícia Federal em Macaé, e questionou a prisão em depoimento ao jornal Folha da Manhã, de Campos.

Defendendo os pais, que já vêm acumulando prisões e investigações policiais desde 2017, Wladimir questionou as delações dos executivos da Odebrecht, que resultaram na Operação Secretum Domus, que averigua irregularidades em contratos da Prefeitura de Campos com a construtora no valor de mais de 1 bilhão de reais.

Chamando a Justiça de Campos de “arbitrária”, o deputado federal classificou a decisão do juiz Glicério Angiólis, da 2ª Vara Criminal de Campos, que levou os ex-governadores e ex-prefeitos de Campos como “uma verdadeira aberração”.

“A Justiça de Campos não tem sequer competência no caso, que vinha tramitando na Justiça Federal. De forma arbitrária e até surpreendente, a Justiça de Campos, usurpando a sua competência, extrai um trecho de um processo que corre em outra esfera e abre um novo processo na Justiça comum, uma verdadeira aberração processual”, sapecou Wladimir.

As críticas do deputado sobraram até mesmo para o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) em Campos, que, segundo ele, deveria tomar providências contra “a bagunça que está o município”, citando denúncias de fraudes, desvio de dinheiro e outras supostas irregularidades.

Os casal Garotinho foi preso na terça acusado de superfaturamento em contratos celebrados entre a prefeitura e a Odebrecht para a construção de casas populares dos programas habitacionais do município, Morar Feliz I e Morar Feliz II, durante os 2 mandatos de Rosinha como prefeita de Campos, entre 2009 e 2016.

A ação é baseada na delação premiada dos 2 executivos da Odebrecht homologadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que teriam afirmado que a construtora  foi favorecida em concorrências superfaturadas avaliadas em 1 bilhão de reais para construção de cerca de 10 mil moradias, causando um superfaturamento nos contratos na ordem de 50 milhões de reais.

Apesar de tudo, Anthony e Rosinha Garotinho deixaram as prisões em que estavam separados na capital fluminense ainda nesta quarta-feira, 4, após Habeas Corpus (HC) concedido pelo desembargador Siro Darlan, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ).

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