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CARP de Macaé atende mais de 600 pacientes com sequelas do coronavírus e se torna referência na cidade

O Centro de Reabilitação Pós-Covid (CARP) de Macaé, criado para tratar pacientes que apresentam sequelas da infecção pelo coronavírus, já registrou a marca de 600 atendimentos desde sua criação, em novembro de 2021, após indicação da Câmara Municipal.

“O que vem depois da Covid-19 (sigla, em inglês, para Coronavirus Disease 2019)? Essas sequelas ainda estão sendo estudadas pela ciência e vão além das consequências respiratórias e pulmonares, como fadiga e falta de ar”, lembra a prefeitura.

O projeto faz parte do I Prêmio Servidores Inovadores, na categoria Atendimento ao Cidadão, da Secretaria de Saúde, que ficou com o 2º lugar pelo trabalho realizado na linha frente durante a pandemia e nos atendimentos de pacientes com sequelas da infecção.

O CARP funciona no Centro de Reabilitação Dona Sid Carvalho, onde fica o Centro de Especialidades Médicas Dona Alba, no centro da cidade, e tem o objetivo voltado para o acolhimento e o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com sequelas decorrentes do coronavírus.

Segundo o coordenador do CARP, Nichollas Augusto Ribeiro Martins, a adoção do modelo descentralizado de gestão em saúde tem como objetivo estabelecer o fluxo de encaminhamento em rede, utilizando o programa de acolhimento e sistema de regulação próprio para as especialidades médicas e exames.

“No CARP é possível realizar avaliações, encaminhamentos e tratamentos especializados dos indivíduos com sequelas na saúde física ou mental em decorrência do vírus para atendimento ambulatorial na rede de Atenção Primária à Saúde de Macaé, garantindo dessa forma, maior celeridade e, principalmente, humanização na oferta dos serviços públicos de saúde”, frisa Nichollas Augusto Ribeiro Martins.

O projeto é realizado e desenvolvido pela Coordenação da Divisão Especial de Fisioterapia e Reabilitação de Macaé, por meio da Desconcentração Administrativa após aprovação e uma resolução do Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Macaé.

Segundo a prefeitura, o CARP oferece uma equipe multidisciplinar composta por clínico geral, pneumologista, fisioterapeuta, assistente social, psicólogo, entre outros profissionais voltados para o atendimentos dessas sequelas.

Assistente social do CARP, Fabiana Paschoal dos Santos conta que, através do serviço social, a unidade sabe mais sobre o paciente e sua história de vida, entendendo de que forma foi afetado pelo coronavírus e, após análise, faz o encaminhamento do paciente para ser tratado da melhor e mais eficaz forma possível.

“Realizamos bioimpedância, exame que analisa a composição corporal indicando a quantidade aproximada de músculo, osso e gordura. O uso do laser com fotobiomodulação (em baixa potência) para recuperação dos tecidos em desequilíbrio e para os casos de fadiga e alteração de olfato e paladar; e também a análise genômica, ferramenta utilizada para estudar e descobrir novos genes de doenças. Além disso, a própria reabilitação do corpo é feita através da fisioterapia”, descreve Fabiana Paschoal dos Santos.

A prefeitura lembra que a medicina explica que a chamada “tempestade inflamatória” causada pelo vírus libera uma série de substâncias que atacam órgãos variados e dificulta a recuperação dos pacientes, que, antes de retomarem as atividades normais, precisam recuperar sua funcionalidade, exigindo esforço multidisciplinar mesmo depois da alta.

“E é justamente esse trabalho multidisciplinar e integrado que o CARP realiza. Qualquer pessoa que já tenha tido Covid-19 pode receber o atendimento. Basta apresentar um resultado ou comprovante de que teve a doença. O acesso é facilitado através do Instagram e Whatsapp”, acrescenta o município.

Coordenador do Centro de Reabilitação Dona Sid Carvalho, David Teixeira dos Santos conta que as pessoas que buscam a reabilitação ainda estão tentando entender o contexto que envolve a doença, e a ideia do CARP é fazer o 1º contato e encaminhar para atendimento especializado depois que ele passa pelo serviço social e acolhimento.

“Antes de mais nada, pensamos no atendimento humanizado. O paciente quando chega aqui é assistido e encaminhado, não fica perdido na rede aguardando sem saber para onde vai, porque temos uma resolução própria. São tantas histórias, tantos casos, tantas situações vividas. Este lugar é a esperança de muita gente”, finalizou David Teixeira dos Santos.

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