X

Senado tenta retomar votação da Reforma Trabalhista nesta terça-feira, 20

Bancada governista no Senado se organiza para retomar discussão da proposta de Reforma Trabalhista do presidente Michel Temer (PMDB

Votação ainda não será do texto, mas de relatório da Comissão de Assuntos Sociais do Senado

 

Foto: Reprodução

Tunan Teixeira

 

Depois da conturbada delação premiada que colocou o presidente Michel Temer (PMDB) na mira da Operação Lava Jato, acusado de envolvimento na compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de sair fortalecido na votação da cassação da chapa que reunia o atual presidente e a ex, Dilma Rousseff (PT), o governo federal conseguiu retomar uma de suas principais pautas.

Nesta terça-feira, 20, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado deve retomar a votação da proposta de Reforma Trabalhista.

Em sessão da última semana, os senadores de oposição fizeram a leitura em separado dos votos ao relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que é favorável ao prosseguimento do texto como foi aprovado pela Câmara Federal.

O acordo firmado entre os líderes previa que o relatório seria lido na sessão da última terça, mas que a votação ficaria para esta semana, o que, de fato, acabou acontecendo.

De acordo com o calendário de tramitação da Reforma, o texto deve ficar pronto para ir ao plenário em 28 de junho, mesmo dia previsto para a votação do parecer na última comissão de tramitação da matéria no Senado, a de Constituição e Justiça (CCJ).

Também investigado pela Lava Jato, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já admitiu a possibilidade de o texto sair da CAS diretamente para o plenário, onde sua constitucionalidade seria analisada, já que, no último dia 6, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado também aprovou o relatório, por 14 votos a 11.

 

Vetos – Mesmo sem alterar o texto que veio da Câmara, Ferraço sugeriu de que 6 pontos da Reforma sejam vetados pelo presidente Temer, alegando que os pontos são polêmicos e merecem mais estudos e debates.

Entre os vetos sugeridos por Ferraço, está o tratamento da gestante e do lactante em ambiente insalubre, pois o texto prevê que a trabalhadora gestante deverá ser afastada automaticamente, durante toda a gestação, apenas das atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto define que para atividades insalubres de graus médio ou mínimo, a trabalhadora só seria afastada a pedido médico.

Outro tema considerado polêmico pelo relator diz respeito ao serviço extraordinário da mulher.

No projeto enviado ao Senado, o texto revoga o artigo 384 da CLT, que determina que a trabalhadora deve ter 15 minutos de descanso obrigatório antes de iniciar o horário de serviço extraordinário, a chamada hora-extra.

Em seu relatório, Ferraço sugere vetar a alteração que permite que o acordo individual estabeleça a chamada jornada 12 por 36, na qual o empregado trabalha 12 horas seguidas e descansa as 36 horas seguintes.

Ele acredita que o texto aprovado pelos deputados federais sobre este assunto “não protege suficientemente o trabalhador, que pode ser compelido a executar jornadas extenuantes que comprometam sua saúde e até sua segurança”.

Em relação ao trabalho intermitente, o relator recomenda veto aos dispositivos que regulamentam a prática na qual a prestação de serviços não é contínua, embora com subordinação.

Neste tipo de trabalho, são alternados períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, pois Ferraço acredita que o melhor seria regulamentar estes casos por medida provisória, estabelecendo os setores em qual modalidade pode ocorrer.

Leave a Comment