Município é seguido em ranking estadual pelas vizinhas, Casimiro de Abreu e Macaé
Tunan Teixeira
Apesar da crise que se instaurou nas cidades da Região dos Lagos e do Norte Fluminense, provocada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional, que reduziu os royalties e, por consequência, as arrecadações dos municípios, as cidades da região continuam crescendo.
Pelo menos, no quesito populacional. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou que a cidade de Rio das Ostras lidera o ranking de crescimento populacional no Estado do Rio.
De acordo com os dados de população estimada entre 2016 e 2017, Rio das Ostras tem taxa de crescimento de 3,29% em relação aos municípios da região, com 141.117 habitantes, seguido por Casimiro de Abreu e Macaé.
Os números são curiosos, pois demonstram que as cidades, principalmente, Rio das Ostras e Macaé, que até poucos anos, eram apontadas como “cidades dormitórios” para os trabalhadores da indústria do petróleo, agora apresentam crescimento populacional justamente em um momento econômico em que a indústria vive uma forte crise.
Na estimativa de crescimento populacional relativa a todo Estado do Rio, Rio das Ostras segue em 1º lugar, e na 18ª colocação do ranking nacional. Para o Prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar (PMDB), mesmo com as dificuldades, a cidade tem conseguido contornar os problemas e melhorar os serviços.
“Temos grandes desafios pela frente, mas esse crescimento demonstra a confiança das pessoas de que o município vai voltar a se desenvolver e que precisamos corresponder a essas expectativas, trabalhando com comprometimento e responsabilidade para que a cidade retome a colocação entre as primeiras em qualidade de vida no estado”, destacou Carlos Augusto, lembrando da queda do orçamento municipal nos últimos anos, principalmente, em função dos royalties do petróleo.
As estimativas populacionais municipais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para calcular o Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de ser referência para vários indicadores sociais, econômicos e demográficos.
Segundo o Censo de 2010, na época das chamadas “vacas gordas”, quando a arrecadação do município beirava 1 milhão de reais, Rio das Ostras foi a cidade que mais cresceu no país, com uma taxa de crescimento de 190%, passando de 36.419 habitantes, em 2000, para 105.676 habitantes, em 2010. Em 10 anos, a taxa anual de crescimento em Rio das Ostras ficou em 11,24%.
As populações dos municípios foram estimadas por um procedimento matemático e os dados são resultado da distribuição das populações dos estados, projetadas por métodos demográficos, entre seus diversos municípios.
De acordo com o IBGE, o método baseia-se na projeção da população estadual e na tendência de crescimento dos municípios, delineada pelas populações municipais captadas nos dois últimos Censos Demográficos, de 2000 e 2010. As estimativas municipais também incorporam alterações de limites territoriais municipais ocorridas após 2010.
Mas enquanto a população local aumenta, os orçamentos municipais seguem na contramão. Segundo a Secretária de Gestão Pública de Rio das Ostras, Rosemarie Teixeira, a cidade vem verificando ao longo dos anos, mais precisamente, desde 2014, quando a crise internacional do petróleo se agravou, até agora, uma queda representativa na receita.
E enquanto a população cresce, há a necessidade de aumentar também os serviços públicos, principalmente de Saúde e Educação. Em 2014 a arrecadação municipal de Rio das Ostras fechou em R$ 757.230575,81, enquanto que, em 2017, a arrecadação prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2018, está estimada em R$562.108.900,00.
“Isso é apenas uma previsão, mas acredito que não vamos chegar nem aos 500 milhões”, prevê a secretária rioostrense, pessimista.
Foto: Angel Morote
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