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Procuradoria Regional Eleitoral pede que TSE mantenha cassação de Pezão e Dornelles

Governador do Rio, Pezão (PMDB), e seu vice, Francisco Dornelles (PP), podem perder seus mandatos ainda este ano, caso Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantenha pedido de cassação feito pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio (TRE-RJ)

Governador do Estado do Rio e seu vice podem perder mandato ainda este ano

 

Foto: Reprodução

Tunan Teixeira

 

O Estado do Rio de Janeiro, que já não anda muito bem faz tempo, pode ficar, literalmente, desgovernado. Na última semana, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), no Rio de Janeiro, anunciou que quer manter a cassação do mandato e a inelegibilidade do Governador do Rio, Pezão (PMDB), e de seu vice, Francisco Dornelles (PP).

O pedido da PRE foi encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga o recurso do governador e de seu vice, em última instância, e que se confirmar a sentença municipal e estadual, não apenas fará com que Pezão e Dornelles percam os mandatos, mas também acarretará em eleições indiretas para governador.

Os dois tiveram o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), no dia 8 de fevereiro deste ano, por abuso de poder político e econômico, por conceder benefícios a empresas prestadoras de serviço ao estado, em troca de posteriores doações à campanha, em 2014, e em consequência, ficaram inelegíveis por oito anos.

Em recurso que fizeram ao acórdão do TRE-RJ, Pezão e Dornelles alegariam que a licitude das doações recebidas das empresas está comprovada pela aprovação, com ressalvas, da prestação de contas da campanha de 2014.

Eles justificaram que não foi comprovada relação entre doações e contratos firmados pelo poder público com a construtora Queiroz Galvão, a operadora Oi, o frigorífico JBS, dono da Friboi e da Sadia, e outros consórcios.

Para o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, as irregularidades demonstradas no processo, comparando as datas dos benefícios e das doações, referem-se a “uma grande manobra de financiamento de campanha” para simular legalidade.

“A interferência excessiva do poderio econômico é causa que atinge e deturpa a legitimidade das eleições, ainda que o ato seja formalmente revestido de licitude”, disse Madruga, no parecer encaminhado ao TSE.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a campanha do governador e do vice arrecadou 40 milhões de reais a mais do que a do segundo candidato com maior renda.

“A aprovação ou desaprovação das contas de campanha não impede os candidatos de sofrer punições, já que a prestação das informações não depende de ação por captação ou gasto ilícito de campanha”, afirmou o procurador.

Na visão da PRE, se confirmado o afastamento de Pezão e Dornelles, os novos governantes serão escolhidos em eleição indireta, realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

No dia da cassação, O TRE-RJ alertou que, conforme o Artigo 257, Parágrafo 2º, do Código Eleitoral, a decisão somente produziria efeito após o trânsito em julgado, ou seja, quando não cabe mais recurso. Comi isso, Pezão e Dornelles permanecem no cargo até que o recurso seja julgado pelo TSE.

 

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