Além de Michel Temer, ex-deputado federal Rocha Loures também foi alvo da denúncia
Foto: Jorge William
Tunan Teixeira
Esperada para esta terça-feira, 27, a Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, se antecipou e ainda na noite de segunda, 26, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), e o ex-deputado federal Rocha Loures (PMDB-PR).
Os dois são acusados de corrupção passiva, pelo recebimento de vantagem indevida no valor de 500 mil reais, dinheiro que teria sido pago por Joesley Batista, um dos donos da JBS, maior frigorífico do país, e entregue pelo executivo da J&F, Ricardo Saud.
Os crimes teriam sido denunciados em delação premiada de Joesley e seu irmão, Wesley Batista, referente à Operação Lava Jato, e segundo Janot, os pagamentos poderiam chegar ao patamar de milhões de reais ao longo de 9 meses.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a denúncia baseou-se em investigação criminal, que teria comprovado a materialidade e a autoria do crime de corrupção passiva pelo presidente e pelo ex-deputado.
“Conforme a narrativa apresentada na peça, os diversos episódios narrados apontam para o desdobramento criminoso que se iniciou no encontro entre Michel Temer e Joesley Batista no Palácio do Jaburu, em 7 de março de 2017, por volta das 22h40min, e culminou com a entrega de 500 mil reais, efetuada por Ricardo Saud a Rocha Loures em 28 de abril deste ano”, revelou o MPF.
Ainda segundo o Ministério Público, além da condenação por corrupção passiva, o Janot pede reparação dos danos transindividuais causados, no valor mínimo equivalente a 10 milhões de reais para Temer e 2 milhões de reais para ex-deputado, sob alegação de que os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos e dificilmente quantificados. O Procurador Geral pede também a perda da função pública para os detentores de cargo, emprego público ou mandato eletivo, por entender que Temer e Rocha Loures teriam violado seus deveres para com o Estado e a sociedade.
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