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Prefeito de Macaé diz que questões econômicas inviabilizam operação dos VLTs pelo município

Depois de se reunir com representantes da Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística do Estado (CENTRAL), para discutir soluções para as duas composições dos Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs), paralisadas no município desde 2014, o prefeito Welberth Rezende (CIDADANIA), voltou a falar sobre o tema nesta quinta-feira, 3.

Em entrevista à Rede Record, o prefeito afirmou que as questões econômicas, prioritariamente, inviabilizam a operação deste tipo de modal ferroviário na cidade, ressaltando que, para a operação do VLT, o município ia ter que arcar com 80% da operação, o que a tornaria inviável.

“Desde que entramos no governo, uma das questões é dar destinação para o VLT. Por isso estamos fazendo estudos, e a questão econômica apontada até agora é que teríamos que fazer investimentos nos equipamentos, reintegração de posse e outras ações jurídicas, além de uma restauração na maior parte da linha férrea, refletindo até no preço da passagem, que seria alto”, explicou Welberth Rezende.

Para o secretário de Mobilidade Urbana, Jayme Muniz, que acompanhou o prefeito na entrevista, esses investimentos não são compatíveis com a demanda apresentada na cidade, principalmente depois dos impactos da pandemia do coronavírus, que reduziram o número de passageiros do transporte público da cidade.

“No caso do VLT, o investimento operacional necessário seria feito para uma demanda que não se apresenta. Em 2019, registramos mais de 2 milhões de passageiros por mês e, em 2021, menos de 1,5 milhão [por mês]. Não tem demanda. A prefeitura teria que subsidiar o modal em mais de 80% durante um período indeterminado”, acrescentou Jayme Muniz.

Comprado em 2012, durante a gestão do ex-prefeito Riverton Mussi (PDT), as duas composições nunca chegaram a ser utilizadas por um erro no projeto, já que os trens não são compatíveis com os trilhos existentes no município.

“Esse equipamento e a linha férrea não são viáveis, mas também não descartamos a questão de outro modal ferroviário na cidade”, confirmou o secretário de Mobilidade Urbana.

Desde então, a prefeitura vem tentando buscar alternativas para as composições, que já foram desde acordos com o governo estadual a esperança em estudos técnicos de empresas como a belga John Cockerill, que já possui base no município, mas nenhuma das opções se mostrou viável.

Segundo o governo municipal, para dar uma destinação para o maquinário, que o prefeito classificou como um dos problemas encontrados pela sua gestão, novas tratativas com o governo estadual estão sendo feitas, por meio do presidente da CENTRAL, Pedro Castilho.

E expectativa do município, como a prefeitura já havia informado nesta quarta-feira, 2, é que, na próxima semana, a CENTRAL realize uma visita a Macaé e faça um levantamento técnico das condições dos VLTs.

“Os estudos técnicos de viabilidade são para o município não perder este ativo. Existe a possibilidade de parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, mas ainda não definimos como será. Semana que vem teremos uma visita da CENTRAL para levantamentos técnicos das condições das composições dos VLTs. Mas, a possibilidade de termos outro modal ferroviário não acabou”, concluiu o prefeito.

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