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MP-RJ participa de operação conjunta e apreende drogas e celulares em presídio de Campos dos Goytacazes

Entre os objetos encontrados estariam 129 celulares, 3 balanças de precisão, 12 relógios, 634 invólucros de maconha, 885 invólucros e 2 tabletes grandes de cocaína, além R$ 964,35 em espécie

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) participou de uma operação que apreendeu drogas e celulares no Presídio Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos dos Goytacazes. A ação foi realizada na última quarta-feira, 21.

Por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Execução Penal, em conjunto com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, agentes do MP-RJ apreenderam drogas, celulares e outros objetos, em operação que contou com cerca de 50 agentes da Coordenadoria de Inteligência e Segurança (CSI/MP-RJ), do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP/MP-RJ) de Campos dos Goytacazes, além de agentes da própria secretaria estadual.

Segundo o MP-RJ, esta foi a maior apreensão já realizada nessa unidade prisional. Entre os objetos encontrados pelos agentes, estariam 129 aparelhos celulares, 3 balanças de precisão e 12 relógios, além R$ 964,35 em espécie, e 634 invólucros de maconha, 885 invólucros e 2 tabletes grandes de cocaína.
As informações serão encaminhadas à Promotoria de Investigação Penal de Campos, com o objetivo de dar início a investigações para apurar como o material apreendido entrou no presídio.

De acordo com o MP-RJ, juntamente com as drogas, 2 detentos foram encaminhados à Delegacia de Polícia de Campos para investigação, enquanto os celulares seguiram para o setor de inteligência da pasta que cuida da administração penitenciária do Estado do Rio para ela tome as medidas cabíveis.

Lava Jato – Em janeiro deste ano, o então secretário estadual de Administração Penitenciária do Rio, coronel Erir Ribeiro, teve seu afastamento mantido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJ-RJ).

O ex-secretário é acusado de envolvimento em irregularidades encontradas em presídios onde o ex-governador Sérgio Cabral (PDMB) esteve preso. Entre elas, estariam supostas regalias recebidas pelo ex-governador do Rio.

Em 8 de março, a pasta entrou novamente na mira das autoridades, quando foi descoberto um “motel” privativo para presos na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na capital fluminense, onde estão presos os deputados estaduais, Jorge Picciani (PMDB), Edson Albertassi (PMDB) e Paulo Melo (PMDB), e onde já estiveram os também ex-governadores do Rio, Rosinha e Anthony Garotinho (PRP), atualmente em liberdade.

Na ocasião, o novo titular da pasta, David Anthony, que assumiu a secretaria no dia 24 de janeiro, exonerou 20 servidores, embora, em nota, tenha dito que as demissões não tinham relação com as “suítes íntimas” da Cadeia de Benfica.

Menos de uma semana depois, no dia 13, a Polícia Federal deflagrou a Operação Pão Nosso, mais uma, fruto de desdobramentos da Lava Jato no Rio, e que investiga irregularidades em contratos da pasta com empresas e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) responsáveis pelo fornecimento de alimentos aos presídios do Estado do Rio.

Entre os presos na operação do último dia 13 estavam o delegado Marcelo Martins, atual diretor geral de Polícia Especializada, e o ex-secretário da pasta na gestão Sérgio Cabral, o coronel César Rubens Monteiro de Carvalho. No último sábado, 17, o ex-secretário adjunto de tratamento penitenciário Marcos Vinicius Lips também foi preso em decorrência da operação.

No início da operação, a estimativa dos investigadores era de quem mais de 23 milhões de reais tenham sido desviados da secretaria, que seria o ponto centro de um grande esquema de corrupção em todo o sistema prisional do Estado do Rio.

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