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MP-RJ aponta nova denúncia por esquema de corrupção contra Fetranspor, Picciani, Albertassi e Paulo Melo

O prefeito Eduardo Paes e o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, assinam o contrato com os quatro consórcios vencedores da licitação para operar os ônibus municipais nos próximos 20 anos.Foto Beth Santos

Nova ação civil pública do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) aponta que esquema que corrompeu agentes públicos para beneficiar empresas de transporte público estadual aconteceu durante vários anos

O Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) ajuizou uma ação civil pública contra a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado Rio (Fetranspor), 4 empresas e 14 pessoas por atos de improbidade administrativa, com pedido de indisponibilidade de bens.

A ação foi ajuizada por meio da Subprocuradoria-geral de Justiça de Assuntos Cíveis e Institucionais e do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MP-RJ), depois que as investigações comprovaram que a Fetranspor atuou como corruptora de estruturas de poder no Estado do Rio durante vários anos.

Através da arrecadação de dinheiro em espécie junto a empresas integrantes do sistema de transporte coletivo no Estado, o órgão criou um “fundo de propinas” destinado a corromper agentes públicos das diferentes esferas, fato confirmado por depoimentos prestados ao MP-RJ pelo empresário do setor de transportes Jacob Barata Filho e pelo ex-vice-presidente da Fetranspor, Marcelo Traça.
O fundo teria sido utilizado pela Fetranspor para repassar valores a políticos como os ex-presidentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), Jorge Picciani (MDB) e Paulo Mello (MDB), que receberam respectivamente R$ 49.960.000,00 e R$ 37.840.000,00 de valores indevidos entre 2010 e 2015, enquanto o ex-deputado estadual Edson Albertassi (MDB) recebeu, entre 2012 e 2014, R$ 2.040.000,00 da Fetranspor.
O MP-RJ já havia ajuizado, em março e junho deste ano, por meio do GAECC, duas ações para obter responsabilização administrativa e civil e por improbidade administrativa contra a Fetranspor e conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), pelo sistemático pagamento de propinas aos conselheiros pela Fetranspor, esquema denunciado na Operação Quinto do Ouro, que levou à prisão de 5 ex-conselheiros do TCE-RJ, e que adiantou a deflagração da Operação Cadeia Velha, quando o governo estadual indicou Albertassi para a vaga do TCE-RJ.

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