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Luta contra a intolerância religiosa e o racismo é tema de debate em Macaé nessa semana

A sede do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), no centro de Macaé, recebeu, nessa semana, o evento “Todos na mesma roda”, que celebrou o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, no último dia 21 de janeiro.

A data serve para alertar as pessoas sobre o problema da intolerância gerado pelo desrespeito às diversas crenças, já que a Constituição Federal assegura a todos liberdade de credo e crença, sendo livre o exercício de suas liturgias.

“Diante disso, esta comemoração é considerada um marco pela luta ao respeito da diversidade religiosa, pois além de alertar para a discriminação no âmbito religioso, propõe a igualdade para professar as diferentes religiões”, pondera a prefeitura.

Com a integração de representantes de diversos segmentos religiosos da cidade, o evento teve com objetivo destacar estratégias de combate ao racismo e à intolerância, e lembrar às pessoas de que todas as práticas religiosas merecem respeito, alertando sobre o perigo da discriminação e do preconceito.

Na roda de conversa, que aconteceu no teatro da sede do Sindipetro-NF, no centro da cidade, participaram representantes do candomblé, Marcos Ferreira Lopes; da umbanda, Magnum Amado (PT); do espiritismo, Saraiva Júnior (PT); e das igrejas evangélicas, Elias Hermenegildo, e católicas, Alexandre Cruz (CIDADANIA), além da defensora pública, Karine Terra, do 3º Núcleo Regional de Tutela Coletiva, e da secretária de Políticas para as Mulheres, Sheila Juvêncio.

De acordo com a secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Zoraia Braz, todos os convidados tiveram algo a compartilhar em prol de consolidar Macaé como uma cidade antirracista em todos os sentidos.

“Temos previsões legais e ações que devem ser intensificadas para que o direito religioso seja respeitado, e as estratégias de combate ao racismo sejam colocadas em prática”, apontou Zoraia Braz.

Durante o evento, o secretário de Saúde, Alexandre Cruz, que representou o catolicismo no debate, reforçou o papel da religião na defesa do amor, da paz, e do respeito, lembrando a importância da luta contra o preconceito.

“O amor, a paz e o respeito são as bases para se ter um dia-a-dia pautado na leveza e sem preconceitos, com cada um respeitando a vida do próximo. Parabenizo à Secretaria de [Promoção da] Igualdade Racial por realizar um evento de tamanha importância”, avaliou Alexandre Cruz.

Representante do candomblé no debate, Marcos Ferreira Lopes também ressaltou que mesmo com a prefeitura atuando no enfrentamento ao racismo, a participação das instituições da sociedade civil é fundamental para que a cidade como um todo possa ampliar a reflexão sobre o tema.

“Essa consciência aliada à legalidade nos leva a refletir sobre a importância de datas como a Semana Municipal da Consciência Negra (em novembro) e outras ações que foram e devem ser avaliadas com respeito, pois questões como intolerância religiosa e matrizes africanas fizeram parte dessas ações”, comentou Marcos Ferreira Lopes.

Já o representante da umbanda, Magnum Amado, reforçou a importância da tolerância e do respeito às religiões de matrizes africanas e os avanços legais como a sanção, pelo presidente Lula (PT-SP), no início desse ano, da lei que tipifica como crimes a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

“Ser tolerante e respeitar as matrizes africanas. Estamos refletindo sobre esta questão para fazer diferença na sociedade. O direito constitucional, o racismo como crime, os conceitos e as práticas devem ser avaliados diariamente”, enfatiza Magnum Amado.

Ele lembra ainda que 50% dos casos de racismo registrados no país são caracterizados como intolerância religiosa, o que reforça a necessidade de eventos como o dessa semana para promoção de práticas de aceitação, valorização e respeito à diversidade cultural e religiosa, e o reconhecimento da legitimidade de cada uma das religiões praticadas no Brasil, enquanto um país laico.

“Vale lembrar que o preconceito e a intolerância religiosa são considerados crimes no Brasil, passíveis de punição prevista no Código Penal. O Brasil é um país laico, sendo assim, não possui uma religião oficial e garante, por meio da Constituição Federal, que todo cidadão possa manifestar livremente suas crenças e cultos, assim como não há obrigatoriedade de exercê-los”, completa o município.

O cronograma da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial conta também com ações marcadas para o próximo mês de março, no dia 8, Dia Internacional da Mulher, e no dia 21, Dia Internacional contra a Discriminação Racial.

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