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Levantamento da Firjan aponta Campos como a 2ª cidade do Estado em produção de energia solar

O município de Campos dos Goytacazes é o 2º do Estado do Rio com a maior produção de energia solar, com um crescimento de mais de 25 vezes nas instalações desses equipamentos nos últimos 5 anos.

As informações estão em um levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), que apontam que a região da Baixada Campista já e a maior produtora de energia solar do município.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Ceramistas de Campos, Paulo Roberto Souza Ribeiro, uma das cerâmicas que trocaram as contas de luz pelas prestações da instalação das placas solares pode ter uma economia de até 95% no gasto com energia.

“As primeiras placas em cerâmicas começaram a ser instaladas há cerca de 3 anos, mas os sucessivos aumentos na conta de luz, somada à crise energética, deram um empurrão a mais a essa iniciativa. E isso se tornou fundamental na busca por competitividade. Tanto que das 119 cerâmicas em Campos, 36 já estão com energia solar e outras 8 em processo de instalação. Sem contar o próprio sindicato, que também conta com essa alternativa”, contou Paulo Roberto Souza Ribeiro.

Segundo a Firjan, o Estado do Rio ocupa a 7ª posição no ranking nacional com conexões presentes em todos os 92 municípios fluminenses, com destaque para Campos, que é o 2º maior parque de usinas solares do Estado, atrás apenas da capital.

O município mais populoso da região da Bacia de Campos tem 2.811 pontos de geração distribuída via luz solar, atrás apenas da cidade do Rio, que tem 6.332. Entre os 6 municípios que produzem energia solar no Estado, ainda está Macaé, na 6ª posição.

“Toda a região, por ser em grande parte uma planície, possui um grande potencial de exploração, não só da energia solar, como também eólica. Essas iniciativas se somam às construções de termelétricas e a outros projetos em estudo pelo Porto do Açu, envolvendo fazendas eólicas offshore e plantas de hidrogênio que, ao lado do petróleo, poderão transformar a região na capital da energia do país”, afirmou o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.

Especialista em Estudos Econômicos da Firjan, Tatiana Lauria listou ainda uma série de benefícios, não só por quem adota esse tipo de energia, mas também para todo o sistema elétrico do país, principalmente em vias da crise hídrica brasileira.

“O 1º benefício direto é ter uma energia mais estável e com maior confiabilidade, reduzindo os impactos das oscilações da rede. Além, claro, da economia, que para alguns setores industriais pode chegar de 20% a 30%. O consumidor ainda fica mais protegido da inflação, pois reduz o impacto dos reajustes tarifários das distribuidoras na sua conta de luz. Além disso, o micro e o mini gerador possuem isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a parcela da tarifa até o limite da energia que foi injetada na rede. Sem contar os benefícios para todo o sistema elétrico, diminuindo a necessidade de novos investimentos na rede, o que reduz os custos de infraestrutura. Somam-se a isso os efeitos positivos por se tratar de uma energia limpa, com menores prejuízos à natureza”, pontuou Tatiana Lauria.

Sobre a crise hídrica, a Firjan lembra que, atualmente, o Senado discute a aprovação do marco regulatório da energia solar, medida que vai definir as regras do setor, criando um ambiente com maior segurança regulatória e mantendo o desconto sobre a tarifa do uso do fio para quem já tem o sistema até 2045.

A Firjan explica que, de acordo com o projeto que tramita no Senado, para as novas instalações de energia solar, a cobrança das taxas do uso do fio será gradativa, a partir de 2023 e até 2029, quando todos os encargos deverão ser integralmente pagos.

“Com isso, mantém-se a competitividade da energia solar, criando um ambiente de transição mais equilibrado e com estímulo ao crescimento das vendas. Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) apontam que o número de instalação de painéis solares aumentou 70% no país no ano passado, em comparação com 2019. Ainda segundo a ABSOLAR, o Brasil já o 14º maior gerador de energia solar do mundo: o conjunto de sistema fotovoltaico já representa mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior do mundo e a maior da América Latina”, detalha a Firjan.

No último mês de setembro, a Firjan e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgaram um nota conjunta com 14 propostas para amenizar os efeitos provocados pela crise hídrica, considerada a maior dos últimos 91 anos.

“Entre elas estão iniciativas imediatas capazes de atenuar a crise, como melhorias nas condições de financiamento das linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) dedicadas a ações de eficiência energética e, em especial, a aquisição de equipamentos para a autoprodução. As federações temem impactos justamente num momento de retomada econômica, e em especial no fim do ano, quando a produção – e, consequentemente, o consumo de energia – chegam a patamares ainda mais elevados. De acordo com um estudo da Firjan, com base em dados de janeiro a outubro do ano passado, o Estado do Rio continua tendo, disparado, a maior tarifa de energia elétrica para o setor industrial entre todos os estados da federação. Segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), são, em média, R$ 1.041,16 por hora de megawatt (MWh), enquanto o 2º lugar, por exemplo, que é Mato Grosso (MT), tem média de R$ 878,38 por MWh”, concluiu a Firjan.

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