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Debate na Alerj apresenta perda de 588 mil empregos formais no Estado do Rio entre 2014 e 2019

Em debate virtual da Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) sobre a agenda do Estado pós-pandemia, apresentou dados alarmantes sobre a queda de empregos formais no Estado entre 2014 e 2019.

De acordo com o levantamento da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério da Economia, o Estado do Rio teve uma redução de 588 mil empregos formais entre dezembro de 2014 e dezembro de 2019.

“Tivemos uma crise nacional político-econômica e o Brasil perdeu mais de 2 milhões de empregos nesse período. No Rio de Janeiro, isso foi muito mais pesado. Enquanto no país perdeu-se 5,6% postos de trabalho, no Estado, a percentagem foi de 15,6%. Isso ocorreu mesmo tendo todas as obras de Olimpíadas, todos os investimentos federais no Rio. Essa situação mostra que, se você não tiver uma estratégia regional, uma estrutura pública, as oportunidades são pouco aproveitadas”, explicou o economista Mauro Osório, chefe da Assessoria Fiscal da Alerj.

Presidente da Comissão de Economia da Alerj, o deputado estadual Renan Ferreirinha (PSB) avaliou que o momento de contingência do coronavírus tem sido desafiador, mas que a Casa tem atuado de forma intensa.

“O Legislativo tem assumido o protagonismo e temos vivido uma etapa interessante de pessoas que estão comprometidas a pesquisar e a ouvir. Vamos continuar estudando possíveis pautas que podem se traduzir em legislação para avançarmos. Temos de seguir fomentando essas discussões técnicas, econômicas, fiscais e da identidade carioca e fluminense”, comentou Renan Ferreirinha.

O economista Mauro Osório também ressaltou a necessidade da realização de uma reestruturação do setor público, principalmente na esfera estadual, citando os problemas fiscais que o Estado vem enfrentando há alguns anos.

“Temos um Estado com um problema fiscal grave e com poucos funcionários públicos. O governo federal arrecada 170 bilhões de reais aqui no Estado e devolve 33 bilhões de reais. Estamos na 11ª posição em termos de receita pública per capita. É uma situação complicada; é necessário ter estratégia, coordenação de política, utilização das estruturas públicas para fazer planejamento”, avaliou o chefe da Assessoria Fiscal da Alerj.

Vice-presidente da Comissão de Economia, o deputado estadual Waldeck Carneiro (PT) observou a necessidade de ter cautela ao analisar o setor público e questionou sobre as organizações sociais na gestão da saúde fluminense.

“Será que é melhor termos uma Secretaria de Saúde com servidores públicos estaduais concursados e profissionalizados ou ter OS (Organização Social)? Eu acho que as Organizações Sociais foram um péssimo caminho para a gestão da saúde no Rio”, sacramentou o deputado, que destacou que o Estado do Rio precisa do auxílio da União para sair da crise.

“O Rio de Janeiro precisa do Brasil. É necessário que o país faça um redesenho do pacto federativo. Os estados e municípios foram assumindo responsabilidade na prestação de serviço, na saúde, na educação, na assistência e a União concentra grande parte dos tributos arrecadados e pode até legislar afetando tributos estaduais. O Rio pode ser um potente polo de conhecimento e inovação, e isso gera renda. Aqui, nós sediamos o maior acervo de universidades de pesquisas do Brasil, federais, estaduais, CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca), institutos federais, entre outros. Precisamos transformar isso em desenvolvimento econômico”, concluiu Waldeck Carneiro.

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