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Com seus principais “caciques” presos, MDB do Rio pode sofrer esvaziamento e o mesmo pode acontecer à sigla em Macaé

Partido mais forte nas eleições municipais de 2016, MDB de Macaé já perdeu seu principal nome, o do Prefeito Dr. Aluízio (sem partido, ao microfone), e pode perder outros membros importantes da legenda na próxima janela partidária

Depois de perder o Prefeito Dr. Aluízio (sem partido), o MDB, que há anos comanda o Executivo municipal, com grande representatividade também no Legislativo, conta as horas para a reabertura da janela partidária para sofrer um esvaziamento que pode ser histórico, movimento que ameaça acontecer em todo o Estado do Rio de Janeiro.

Não é de hoje que os vereadores de Macaé filiados ao MDB vem anunciando aos quatro ventos o desejo de deixar o partido, movimento que se intensificou em 2018, depois da saída do Prefeito Dr. Aluízio (sem partido), em junho do ano passado.

Meses antes, em fevereiro do mesmo ano, os vereadores Dr. Márcio Bittencourt (MDB) e Guto Garcia (MDB), este hoje de volta à Secretaria de Educação, já haviam, segundo reportagem do blog do jornalista Daniel Galvão, sinalizado a intenção de trocar o MDB pelo PSB, tendo participado inclusive de encontro do segundo partido em Macaé.

“O PMDB não me representa”, chegou a declarar Dr. Márcio 3 dias depois do encontro do PSB, que, ainda de acordo com o blog, tinha o objetivo de lançar Guto para candidato a deputado federal e Dr. Márcio para candidato a deputado estadual.

Apertados pelo então PMDB, que voltou a se chamar MDB após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em maio de 2018, Guto e Dr. Márcio acabaram recuando e desistindo das candidaturas oficialmente.

Na ocasião, como diriam os mais experientes, o “caldo entornou” para o atual secretário de Educação quando o partido decidiu lançar 2 candidatos a deputado estadual, ele e Julinho do Aeroporto (MDB), o que desagradou Guto.

Desde então, o secretário não comenta sobre uma eventual saída do partido, mas nos bastidores, a decisão é dada como “pule de 10”, expressão muito popular no turfe para apontar aposta certa, enquanto Dr. Márcio confirma o desejo de deixar a legenda na próxima janela.

Se a coisa já estava encaminhada antes e durante as eleições, depois de outubro, com a mudança de cenário e o crescimento da extrema direita conservadora, mais 2 vereadores de Macaé anunciaram que deixariam o MDB também na próxima janela, os experientes Paulo Antunes (MDB) e o próprio Julinho do Aeroporto, que confirmou a intenção recentemente.

“Vamos ver”, se limitou a responder Paulo Antunes a respeito da possibilidade na manhã desta segunda-feira, 15.

A situação difícil do partido, agravada com a prisão dos ex-governadores do Rio, Sérgio Cabral (MDB) e Pezão (MDB), e os ex-deputados estaduais, Jorge Picciani (MDB), Edson Albertassi (MDB) e Paulo Melo (MDB), extrapola os limites da Capital Nacional do Petróleo, atingindo várias regiões do Estado.

Aumentando os problemas internos estaria a situação financeira da legenda, que, segundo o blog do jornalista Elizeu Pires, não vem recebendo as “colaborações” financeiras dos seus parlamentares eleitos, o que estaria derrubando o caixa do partido, que vive de dos 100 mil reais do Fundo Partidário e das tais “colaborações”.

Além disso, o Prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), estaria em pé de guerra para tomar a liderança do MDB do Rio do ex-deputado federal Leonardo Picciani (MDB-RJ), filho do ex-cacique do partido, atualmente preso.

De acordo com as notícias do blog, Washington, que é irmão do deputado estadual Rosenverg Reis (MDB), que já teria o apoio do Prefeito de Belford Roxo, Waguinho (MDB), estaria tentando formar aliança com outros prefeitos da Baixada Fluminense, com ameaças de esvaziar o partido caso Leonardo não deixe a liderança da legenda.

Para piorar ainda mais a vida da família Picciani no MDB do Rio, até mesmo aliados importantes de Leonardo, que perdeu as eleições para deputado federal em 2018, passando apenas como 4º suplente da coligação, como o deputado estadual Max Lemos (MDB), pode estar de malas prontas para deixar o partido.

De acordo com reportagem publicada na madrugada do último dia 4 pelo site do jornal O Dia, Max Lemos pode trocar o MDB pelo PDT para disputar a Prefeitura de Nova Iguaçu em 2020, conforme revelou em entrevista ao jornalista Cássio Bruno.

“Ainda não decidi [sobre sua saída]. Mas o MDB precisa ser repensado. Não apenas no Rio. No Brasil. O partido é maior do que as pessoas. Consolidou a democracia brasileira. Capitaneado pelo Ulysses Guimarães, foi fundamental para o momento que vivemos hoje. Se não for repensado e realinhado, os grandes quadros terão dificuldade de continuar”, afirmou o deputado na entrevista.

Apenas na região, contando as cidades de Araruama, Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Casimiro de Abreu, Conceição de Macabu, Iguaba Grande, Macaé, Quissamã, Rio das Ostras, São João da Barra e São Pedro da Aldeia, o MDB, na época ainda PMDB, elegeu 6 prefeitos, 3 vices e 24 vereadores em 2016; 2 prefeitos, 1 vice e 28 vereadores em 2012; e 7 prefeitos e 20 vereadores em 2008.

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