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Justiça decreta prisão temporária de acusada de matar empresária a facadas em Macaé

Em sua decisão, o juiz Wiclyffe de Melo Couto afirma que é nítida a alta periculosidade da indiciada. 

A Justiça decretou no início da noite desta terça-feira (21), a prisão temporária de Islay Cristina Pereira de Souza, acusada de matar a facadas a empresária Raquel Mota, de 39 anos, na última sexta-feira (17) durante uma suposta briga de trânsito em Macaé.

A medida foi decidida pelo juiz titular da 1a Vara Criminal de Macaé, Wiclyffe de Melo Couto, que considerou o fato de que, em liberdade, a suspeita oferece riscos a sociedade, bem como pode atrapalhar o andamento das investigações.

A decisão do magistrado levou em conta também a prática de um crime hediondo, além de outro processo contra Islay, que corre na Justiça do Ceará, por lesão corporal.

"É nítida a alta periculosidade da acusada e patente a necessidade da prisão para o perfeito desenrolar das investigações", cita a decisão.
Informações extra-oficiais dão conta de que Islay já teria se entregado hoje a polícia.

O advogado dela foi visto nesta manhã na sede da 123a Delegacia Policial de Macaé (123a DP), onde permaneceu por algumas horas. A Polícia Civil desmentiu a informação e disse que Islay ainda não havia se apresentado a sede policial.

Uma coletiva de imprensa está marcada para amanhãu (22), onde o delegado titular da 123a DP, Filipi Poeys dará informações sobre o caso, que corre em sigilo. A expectativa é de que Islay seja apresentada durante a coletiva.

O crime

Segundo a Polícia Militar, testemunhas informaram que Raquel e Islay discutiram por conta de um desentendimento no trânsito, na noite de sexta-feira (17). A briga ocorreu em frente ao condomínio que Raquel morava, na Ilha da Caiera, localizado na Barra de Macaé.

Câmeras de monitoramento do local flagraram o momento em que Islay saca uma faca e desfere três golpes contra Raquel. Um deles atingiu o tórax da vítima. Raquel chegou a ser socorrida para o Hospital Público de Macaé (HPM), onde passou por uma cirurgia delicada.

Na manhã de sábado (18), ela não resistiu aos ferimentos e morreu. Segundo o marido de Raquel, a suspeita não estava sozinha no momento do crime. “Ela fechou a minha esposa avançando o sinal. A minha esposa buzinou. Ela começou a xingar a minha e encostou no carro. Ela estava com mais duas pessoas no carro e já saiu com a faca na mão.”, disse.

Ainda de acordo com o marido da vítima, Raquel era uma pessoa calma e pacífica. O casal participava de atividades filantrópicas de proteção animal e fazia parte do grupo “Amigo Palhaço”, que se visita asilos, hospitais e orfanatos.

Natural do Ceará, Islay Cristina se apresenta em sua rede social como assessora da Câmara Municipal de Macaé, mas na verdade, ela não exerce mais a função. Ela já trabalhou na Farmácia Popular do município e foi assessora parlamentar de um ex-vereador que concorreu às últimas eleições para prefeito em Macaé. A suspeita é proprietária de uma padaria no bairro Parque Aeroporto, em Macaé. Desde o último sábado (18) o estabelecimento está fechado.

 

Comportamento agressivo

Pessoas próximas a Islay, afirmaram que ela sempre apresentou um comportamento agressivo. Outras atitudes da suspeita demonstram que o crime cometido por ela era uma espécie de “tragédia anunciada”. “Ela não é uma pessoa normal, sempre se comportou de forma agressiva, querendo resolver as coisas no tapa. Sempre achei que o jeito dela se assemelhava a de um psicopata. Conheço pessoas que têm medo dela, inclusive homens”, conta uma ex-vizinha da suspeita.

A ficha de processos de Islay é extensa. Além de várias ações civis, ela já assinou um terno circunstanciado, após responder processo por Exercício Arbitrário das Próprias Razões (justiça com as próprias mãos), também em Macaé.

Islay responde também por um processo de lesão corporal contra outra mulher no estado do Ceará. Na ação, que corre na 15ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza, ela é indiciada por espancar Edna Maria Lopes dos Santos. O crime ocorreu no ano de 2002 e a sentença até hoje não foi proferida.

Autor : Bertha Muniz

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