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Justiça condena 15 pessoas por envolvimento em esquema de desvio de verbas em Arraial do Cabo

Apontado como chefe do esquema da prática de crimes contra a Administração Pública, Francisco Eduardo Freire Barbosa conhecido como Chico da Ecatur, foi condenado a 134 anos de prisão. 

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), obteve a condenação de quinze pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, obstrução à Administração da Justiça e organização criminosa, com imputações de crimes contra a Administração Pública de Arraial do Cabo. A sentença da condenação foi proferida pelo juiz titular da 2ª Vara de São Pedro da Aldeia, Márcio da Costa Dantas.  A decisão é em primeira instância e cabe recurso.

A 2ª Vara de São Pedro da Aldeia observou que há grande gravidade dos fatos atribuídos aos acusados e forte poderio da organização criminosa investigada. De acordo com o juízo, as ações criminosas foram perniciosas no sentido de fundir o poder político com o poder do narcotráfico e de manter desvios de recursos públicos. A ação teve origem em investigação da Polícia Federal durante a Operação Dominação 2.

“Houve indicação clara de que as condutas de lavagem de dinheiro se davam para encobrir os crimes de tráfico de drogas, apurados na Operação Dominação 1, e os peculatos descobertos no curso da Operação Dominação 2”, afirma a decisão. “Toda a rede criminosa exteriorizada pelos Delegados da Polícia Federal e pelo Ministério Público só veio à tona após o árduo trabalho investigativo que transcorreu por meses”, ressalta o juízo.

Francisco Eduardo Freire Barbosa conhecido como Chico da Ecatur, apontado pelo MPRJ como o chefe de um esquema de desvio de verba na Empresa Cabista de Desenvolvimento Urbano e Turismo (Ecatur) de Arraial do Cabo, obteve a maior pena. Ele foi condenado a 134 anos de prisão, por crimes como peculato, lavagem de dinheiro, crime contra administração pública e organização criminosa.

A denúncia do MPRJ apontava que todo o dinheiro conseguido no esquema, inclusive com tráfico de drogas, era lavado com a compra de imóveis e veículos.Já o filho de Chico, Carlos Eduardo Freire Barbosa, conhecido como Cadu Playboy, já havia sido condenado a 57 anos de prisão por tráfico de drogas e recebeu mais oito anos de condenação.  Pai e filho já estão presos e cumprem pena em penitenciárias federais por outros crimes.

Entre os condenados, também estão o empresário Peter Maciokas e o filho dele, Otto Maciokas, sentenciados a 33 e 43 anos de prisão respectivamente, além de Victor Pimentel Canela,  Arivaldo Cavalcanti Filho,  João Gomes da Silva Júnior, Agnaldo Silvio Luiz,  Pierre de Aguiar Cardoso, Sérgio Evaristo Plácido de Aguiar, Cláudio Sérgio de Mello Correa, Jane Mello Barboza, Marcelo Adriano Santos de Oliveira, Raynna Ferreira Ribeiro de Lima Teixeira e Camila Vignoli.

Histórico

No ano de 2014, a Polícia Federal deflagrou, na Região dos Lagos, investigação complexa para desbaratar organização criminosa voltada para o tráfico de drogas, comercialização de armas de fogo e munições e lavagem de dinheiro. A Polícia Judiciária denominou a investigação de Operação Dominação.

No curso da operação, foram realizadas buscas e apreensões em imóveis dos então investigados e, com os documentos encontrados, apurou-se suspeitas sobre o envolvimento de mais pessoas na organização criminosa, outros atos de lavagem de dinheiro e ainda prática de crimes contra a Administração Pública da Prefeitura de Arraial do Cabo.

Autor: Bertha Muniz

Foto: Reprodução/ Internet

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