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Estudo da Firjan reforça protagonismo do Estado do Rio na produção nacional de petróleo

A Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) divulgou, nessa semana, novos números da produção nacional de óleo bruto, que segue em crescimento em 2024 apesar da leve queda em relação ao mesmo período de 2023.

Os dados estão na 9ª edição do Anuário do Petróleo no Rio, publicado pela Firjan em agosto desse ano, que mostra que o Estado do Rio mantém seu protagonismo nesse mercado, sendo responsável pela produção de 3 milhões de barris por dia, o que representa 86% da produção nacional.

De acordo com a Firjan, os números atualizados referentes às reservas provadas cresceram em 2023 em relação a 2022, com o Estado do Rio expandindo seus volumes em 9%, alcançando 13,6 bilhões de barris, superando o crescimento nacional, de 7%, alcançando 15,9 bilhões de barris.

Segundo a Firjan, no 1º semestre desse ano, a produção nacional do óleo bruto se manteve praticamente estável em relação à média anual de 2023, cenário que é fruto de medidas, como a revitalização dos campos maduros, principalmente na Bacia de Campos.

“Esse cenário de estabilidade é resultado de paradas programadas em campos do pré-sal, variações naturais dos níveis de produção, e ações direcionadas para a revitalização de campos maduros, que chegaram a acumular queda de 330 mil barris por dia entre janeiro e abril”, explica o documento.

O estudo revela também que, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de 124 campos maduros, que foram adquiridos pelas empresas independentes desde 2019, tem previsão de crescimento de 122% até 2025.

“Movimento crescente no país, a revitalização de campos maduros e a aquisição de campos marginais tem dado nova vida a algumas áreas já em processo acentuado de declínio, trazendo importantes investimentos e estratégias que permitiram não apenas melhorar nos patamares produtivos, mas também gerar emprego, renda e novas receitas governamentais. No Rio de Janeiro, esse movimento de mercado tem permitido recuperar áreas com longo histórico de produção no litoral norte do Estado, tendo grande importância para municípios que têm na indústria do petróleo um pilar fundamental de suas economias. Principal região produtora do país por mais de 30 anos, a Bacia de Campos tem recebido uma série de novas empresas, cujas estratégias de negócios e o foco em operações de revitalização têm gerado resultados bastante positivos e promissores. Até mesmo a gigante Petrobras tem buscado investir nesse tipo de ativo, como feito para o campo de Marlim, que, em 2023, recebeu duas novas plataformas produtoras em substituição à 9 outras mais antigas e menos adequadas tecnologicamente ao perfil de produção atual do campo. Para os próximos anos, a empresa já tem em carteira projetos de revitalização para os campos de Albacora e Barracuda-Caratinga, ambos no Estado do Rio”, explica a Firjan.

O protagonismo do Estado do Rio na produção nacional é reforçado mesmo com o Estado tendo os principais campos afetados pelas quedas de produção no 1º semestre desse ano, entre 4 primeiros meses do ano.

“Com o contínuo amadurecimento das bacias petrolíferas em águas fluminenses, manter o patamar produtivo e expandir ainda mais o potencial do país e do Estado é certamente um desafio para os próximos anos. É importante frisar a perene participação do petróleo na matriz energética mesmo no cenário de descarbonização, pois quando se fala em transição energética, o papel do petróleo no futuro significa desenvolvimento econômico dos países e mais adição de energia. O produto continuará tendo o seu papel, a questão é como congregar isso com a descarbonização, com soluções de captura e armazenamento de carbono”, ressalta o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Ainda de acordo com o Anuário, os campos marítimos continuam em destaque, concentrando em torno de 95% dos volumes produzidos em 2024, com a região do pré-sal respondendo por mais de 75% dos volumes, enquanto o pós-sal atinge pouco mais de 20%, percentual ainda bastante relevante, considerando se tratar de uma região madura, com histórico produtivo de mais de 40 anos.

Além disso, o levantamento destaca a recuperação dos campos maduros e áreas marginais, principalmente na Bacia de Campos, que, segundo a Firjan, ainda tem muito a contribuir com relação à produção nacional.

A entidade lembra que, pós atingir, em 2022, o menor volume de produção desde 1996, quando chegou a produzir em torno de 480 mil barris por dia, a Bacia de Campos conseguiu recuperar sua produção em 2023 e já atinge 700 mil barris por dia.

“A aplicação de soluções para a melhoria do fator de recuperação e produtividade desses campos maduros e marginais, fez com que em um período de 1 ano e meio, a produção da Bacia de Campos aumentou na ordem de 220 mil barris por dia, equivalente a uma plataforma grande de petróleo a ser instalada no pré-sal na Bacia de Santos”, comentou a gerente-geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso.

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