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Grupo Macaé Capoeira irá realizar entrega de cordas neste final de semana

Sérgio Barcellos 

Foto: divulgação 

Com o intuito de difundir e incentivar a prática da capoeira, o Grupo Macaé Capoeira (GMAC) estará realizando neste final de semana uma série de eventos sobre a modalidade. Nesta sexta-feira, dia 28, teremos a entrega de cordas para cerca de 300 crianças do projeto GMAC no Centro Educacional Ativo, no Bairro da Glória, às 19 horas. Já no domingo, vamos ter a formação dos mestres Kiko e Valdo no mesmo local, às 21 horas.

Na capoeira, a entrega de corda é a honraria máxima que um mestre pode ter.  Para atingir esse nível é preciso se dedicar a modalidade por 30 anos, como é o caso dos mestres Kiko e Valdo. A entrega será organizada pelo mestre Anu, um dos responsáveis pelo projeto GMAC no Aeroporto. “O evento é de uma importância muito grande para a nossa cidade. Depois de 30 anos vou formar dois mestres renomados na capoeira. A corda é equivalente a faixa-preta no jiu-jítsu. É uma alegria muito grande poder estar realizando esse evento”, afirmou o mestre Anu.

O projeto GMAC está em pleno funcionamento há 20 anos vem realizando um lindo trabalho no Parque Aeroporto, oferecendo aulas gratuitas para crianças, adolescentes e adultos de qualquer faixa-etária. As aulas acontecem sempre as segundas, quartas e sextas-feiras, das 18h às 20h para crianças, e das 20h às 21h, para adultos. Além do Aeroporto, o projeto também se estende a outros bairros como Malvinas, Nova Holanda, Miramar, já foi realizado no Ginásio Poliesportivo”, entre outros.

O Projeto GMAC é de cunho social e tem como um dos objetivos tirar os jovens das ruas, das drogas e da violência. Embora ele seja aberto a todos os públicos, ele tem regras próprias. “Só ganha corda quem passa de ano. Não pode ter nota vermelha. É uma forma de incentivarmos as crianças a continuarem estudando”, explicou mestre Anu.

Mestre Anu tem hoje 49 anos. Sua trajetória no esporte começou lá atrás, quando ele tinha entre 5 e 6 anos de idade. “A capoeira é uma razão de viver. Fiz faculdade e sou formado em educação física. Viajei por vários países através da capoeira. Se não fosse ela, eu falo com a minha mãe que eu seria uma pessoa comum. Através da modalidade eu tenho reconhecimento de autoridades, artistas e muitas pessoas. Não sei o que seria de mim. O mais gratificante é tirar um jovem do caminho das drogas, do álcool. Sempre falo que o que a capoeira me deu eu devolvo com essas ações”, contou Anu.

Mestre Anu contou também que no próximo dia 27 de agosto, levará quatro equipes para disputar o Campeonato Carioca. Dentre os projetos para o futuro, ele tem o sonho de trazer a competição para Macaé e também levar alguns jovens para a Europa e os Estados Unidos para praticar a modalidade. Hoje a capoeira é reconhecida mundialmente, sendo praticada em cerca de 180 países. Recentemente, a modalidade foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.

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