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RETOMADA: A menos de um mês da 9ª edição da Brasil Offshore, região já sente os impactos do aquecimento na economia

De acordo com a organização da feira, a estimativa para está edição é receber 550 marcas expositoras e 53 mil visitantes

Além das receitas dos royalties, estimadas em R$ 245 milhões, a cidade também espera uma geração de renda com o crescimento no número de empregos na região

 

Bertha Muniz

Faltando menos de um mês para a 9ª edição da Brasil Offshore, a região já sente os impactos do aquecimento da economia. Em Macaé, onde a feira acontece, a rede hoteleira já possui 70% das vagas reservadas para o período do evento que acontecerá de 20 a 23 de junho no Centro de Convenções Roberto Marinho. Em Rio das Ostras, a maioria dos hotéis e pousadas estão com 55% dois leitos reservados.  De acordo com a organização da feira, a estimativa para está edição é receber 550 marcas expositoras e movimentar R$ 250 milhões em negócios. A Brasil Offshore 2017 já é tida como ponto principal de retomada do segmento e das receitas do petróleo.

Além das receitas dos royalties, estimadas em R$ 245 milhões, a cidade também espera uma geração de renda com o crescimento no número de empregos na região. A movimentação na cidade em alta no período da feira favorece a geração de renda para outros setores. O presidente da CDL, Luis Henrique Fragoso Ferreti, é um dos que espera ansioso a retomada da economia local. Ferreti ressalta a importância da Feira Offshore, setor que atrai indústria, gera empregos e movimenta o capital na cidade. “O impacto de todos esses benefícios refletem diretamente no comércio. Acreditamos que a Brasil Offshore é uma potência hoje não só no país, como no mundo”, pontua.

Bares e restaurantes da região também estão otimistas com a proximidade do evento, que deve atrair cerca de 53 mil visitantes. De acordo com a organização do evento, nesta edição, a feira traz um público mais qualificado e quem desejar fazer investimentos, terá a oportunidade de ampliar sua rede de contatos e gerar novas parcerias. O público visitante contará com a presença de compradores com efetivo poder de decisão e capacidade para concretizar negócios em toda a cadeia produtiva do setor.

Em 2017, a indústria de óleo e gás começa a reaquecer, mas, agora, com um cenário diferente, que inclui mudanças nas regras do pré-sal, como a permissão de outras operadoras no processo de exploração, além da Petrobras e a mudança do regime de partilha para concessão. “Com isso, as empresas precisam repensar suas estratégias para aplicar investimentos e, estar entre líderes desse mercado é fundamental para realizar bons negócios”, avalia Igor Tavares, diretor de Portfólio da Reed Exhibitions Alcantara Machado.

Entre as novidades desse ano destacam-se as conferencias técnicas com temas relacionados a Bacia de Campos, o Espaço do conhecimento Offshore com palestras e apresentações gratuitas sobre novas tecnologias e a Sessão e Rodada de Negócios que irá privilegiar a competitividade e maximizar o aproveitamento das oportunidades.

 

Além do networking que a Brasil Offshore proporciona, outros fatores serão decisivos para que expositores e compradores fechem negócios. Entre eles, estão a Lei 13.365/2016 – que amplia a participação das operadoras na exploração das áreas do pré-sal – e o retorno de empresas estrangeiras ao Brasil. Com a recuperação do preço do petróleo no país, para 2017, diversas multinacionais já anunciaram que irão retomar os programas de investimentos na perfuração de poços marítimos na costa brasileira.

 

“A feira marcará a retomada para a indústria de óleo e gás. O crescimento do preço do barril, os novos leilões e a entrada de operadores internacionais trazem uma nova perspectiva para o evento. Temos um cenário em que, agora, as empresas, inclusive as locais, já enxergam a luz no fim do túnel”, comemora o gerente da Brasil Offshore, Daniel Pereira.

Nova rodada

A expectativa se fundamenta principalmente na 14ª rodada de leilões de novas áreas na Bacia de Campos, previstos para logo após a Brasil Offshore. Os pregões de 10 campos em águas ultraprofundas (porém, fora do polígono do pré-sal) deverão ocorrer entre agosto e setembro, já com a flexibilização do conteúdo local, que permite a participação de empresas estrangeiras para exploração – antes restrita à Petrobras.

Os leilões também devem trazer um ambiente favorável para as companhias locais, segundo Daniel Pereira. “As empresas da região têm no evento a base para definir como será o plano de negócios para os segundos semestres de todo ano ímpar. A crise afetou muito a cidade e essa retomada está vindo aos poucos. O empresariado local também começou a sentir fatores positivos para os seus negócios”, garante.

Mesmo com toda a turbulência do mercado de óleo e gás, Macaé ainda é a cidade com uma das maiores receitas provenientes do produto. Só no ano passado, foram mais de R$ 293 milhões em créditos de royalties, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Pelas previsões orçamentárias, os royalties este ano devem cair um pouco, mas a perspectiva é que chegarão a R$ 245 milhões.

A região concentra, ainda, 64% da produção nacional de petróleo. Ao todo, são 711 poços de exploração. Só Macaé concentra 14 campos de produção, e mais dois (Tartaruga Verde e Tartaruga Mestiça) começam a entrar em operação ainda este ano. Também está previsto um teste de Longa Duração no pré-sal do reservatório de Forno (Albacora).

Empresas confirmadas

Entre os nomes já confirmados, estão a Petrobrás; a Petrustech, referência no fornecimento de serviços essenciais para apoiar a indústria internacional de energia; a Wärtsilä Brasil, multinacional finlandesa em soluções e prestação de serviços para navios; o Estaleiro Mauá, de plataforma portuária industrial; NUCLEP, de equipamentos pesados, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação); e Tiger Rentank do Brasil; de locação de equipamentos homologados para logística offshore.

Também estão na lista a Air Liquide Brasil, uma das maiores empresas de gases, tecnologias e serviços para a área industrial; Locon, locadora de contentores e serviços; Atlas Copco Brasil, líder em compressores, ferramentas industriais e sistemas de montagem; a Dräger Safety do Brasil, especializada em tecnologia médica e segurança; Honeywell, de indústria e equipamentos de segurança); MRM Freight, de transporte e logística; e National Oilwell Varco, referência em equipamentos submarinos; entre outros. A lista de expositores confirmados até o momento pode ser conferida no site da Brasil Offshore.

8ª Edição

Em 2015, 75% dos profissionais do setor presentes na feira foram de diretores, gerentes e líderes de mercado. Do total dos presentes, 65% têm envolvimento no processo de compra na empresa onde trabalha e 40% tinha verba para investir durante o evento.

 

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