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Estudo da Firjan aponta Macaé como a 2ª cidade com mais profissionais da Indústria Criativa no Estado

A Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) divulgou, na manhã nessa segunda-feira, 10, um levantamento que aponta que Macaé conta com a 2ª maior quantidade de profissionais criativos do Estado do Rio, atrás apenas da capital.

Segundo a Firjan, os dados foram reunidos no Mapeamento da Indústria Criativa entre 2017 e 2020, em que, apesar dos impactos gerados pelo início da pandemia do coronavírus, o número de profissionais no setor cresceu 13,1% em Macaé frente ao 11,7% em todo o país.

O estudo da Firjan mostra também que o índice no município é puxado principalmente pelo segmento de Pesquisa & Desenvolvimento, por conta do mercado de Petróleo e Gás, que vem vivendo novo momento de retomada após os piores efeitos da pandemia.

“O profissional criativo agrega valor em produtos, serviços e processos, pois trabalha com tendências, novas tecnologias e dados. Esse tipo de profissional é muito valioso para o mercado de óleo e gás em especial, pois assume um papel estratégico para que as empresas consigam se diferenciar e se manter relevantes. Não à toa, o mapeamento também mostra que um em cada cinco profissionais criativos atuam na indústria clássica, o que significa que muitas empresas já entendem o valor desse tipo de profissional”, avaliou o presidente da Firjan Norte Fluminense (Firjan NF), Francisco Roberto de Siqueira.

De acordo com a Firjan, o levantamento reflete as transformações da nova economia, caracterizada por novos modelos de negócio, hábitos de consumo e relações, e tem como fonte principal o Ministério do Trabalho e Previdência, com uma divisão em 4 áreas criativas, Tecnologia, Consumo, Mídia e Cultura, considerando os dados do mercado de trabalho formal.

“Embora o senso comum associe a Indústria Criativa a atividades relacionadas às artes e expressões culturais, o conceito adotado pela Firjan entende criatividade como uma habilidade transversal que se conecta com vários setores e segmentos, dentre eles os relacionados com tecnologia, por exemplo, a fim de pesquisar e desenvolver produtos, serviços e processos, tendo a criatividade como matéria-prima para inovar nas empresas e organizações”, explicou a Firjan.

A Federação revela que, em Macaé, a maior parte dos profissionais da Indústria Criativa se enquadra na área de Tecnologia, com 3.411 profissionais no segmento de Pesquisa e Desenvolvimento, de um total de 4.929 trabalhadores criativos na cidade.

“Dentro deste segmento, os engenheiros de produção, mecânicos e químicos são os que estão em maior quantidade na cidade”, acrescenta a Firjan.

O mapeamento da Firjan aponta que, reunindo dados de todo o país, Consumo e Tecnologia representam quase 85% dos vínculos empregatícios, com um crescimento, respectivamente, de 20,0% e 12,8%, apontados como reflexo da expansão da tecnologia na pandemia, e da necessidade da transformação digital de empresas de todos os segmentos para aumento de eficiência.

Já Cultura e Mídia, que contam com os 15,5% restantes, registraram uma queda considerável, respectivamente, de 7,2% e 10,7%, resultado das inovações tecnológicas que alteraram a produção, disseminação e consumo de conteúdo.

Presidente do Conselho de Indústria Criativa da Firjan, Leonardo Edde lembra que o setor já vinha enfrentando dificuldades em razão de desafios institucionais ligados a novas legislações, como a alteração na Lei Rounaet, que estabeleceu a redução de 50% no limite para captação de recursos e a diminuição de cachês.

“As produções criativas nos ajudaram a encarar os dias difíceis de pandemia e a manter a saúde mental no isolamento. O problema é que nós apenas consumimos, mas não geramos mais dessa riqueza em razão do isolamento e de outras barreiras físicas geradas pela pandemia. Ou seja, aumentou o consumo e caiu a produção cultural”, analisa Leonardo Edde, que também vice-presidente da Firjan.

Ainda de acordo com a Firjan, os estados de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) seguem como os mais representativos no mercado de trabalho criativo em 2020 com 50,9% dos empregos, com 380,4 mil vínculos em SP, e 95,7 mil no RJ, onde o Produto Interno Bruto (PIB) criativo corresponde a 4,62% de toda a riqueza produzida no Estado, superando até mesmo os números do PIB criativo de SP (4,41%).

“Ainda que a Cultura tenha apresentado forte retração, outro grande destaque do estudo é o protagonismo do Norte e do Nordeste no setor, com Paraíba (PB), com 13,6%; Bahia (BA), com 12,2%; Piauí (PI), com 11,8%; Alagoas (AL), com 11,4%; Acre (AC), com 11,0%; e Rio Grande do Norte (RN), com 10,6%; lideram o ranking de participação de profissionais na área cultural”, concluiu a Firjan.

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