O Teatro Firjan SESI de Macaé apresenta, na noite desse sábado, 18, o premiado espetáculo teatral “Caim”, baseado no último romance do escritor de José Saramago, único de língua portuguesa a vencer o Prêmio Nobel de Literatura.
Com texto da dramaturga Teresa Frota, direção de Jacyan Castilho, e estrelada pelo ator Henri Pagnoncelli, que comemora seus 50 anos de carreira, a peça é contada em 1ª pessoa, com todas as personagens interpretadas pelo ator-narrador.
“Com seu estilo único, olhar curioso, crítico e irônico, Saramago parte da errância vivida por seu protagonista para discutir problemas atuais, como o uso político da religião, os preconceitos, os desmandos do poder, as injustiças, a inutilidade e horrores das guerras. Saramago analisa o Gênesis de um ponto de vista mais social e político do que espiritual”, avalia a produção.
Tendo integrado a programação oficial das Comemorações do Centenário de José Saramago, a peça tem o apoio institucional da Fundação José Saramago, de Lisboa, e foi o único espetáculo brasileiro do evento realizado em 2022.
Na sinopse, a peça é descrita como um olhar indiscreto sobre o início da humanidade, sob o ponto de vista dessa personagem controversa que é Caim, tendo os vazios narrativos bíblicos preenchidos por José Saramago, que questiona verdades absolutas que, ao serem confrontadas, evidenciam sua fragilidade.
“Caim, como todos sabemos, mata Abel. O 1º homem nascido de mulher, e precursor de uma extensa linhagem de assassinos, enfrenta Deus e é castigado a andar errante e perdido pelo mundo. Mas o Senhor – sabe-se lá o que tinha em mente – decide salvar Caim de um destino trágico. Coloca na testa do criminoso um sinal que é, ao mesmo tempo, condenação e proteção. Reparte-se a culpa. Esse adolescente peregrino abandona a família sem dizer até logo e parte sem rumo, apátrida. Depois de uma árdua caminhada Caim chega à terra de Nod, se torna amante de Lilith, a dona da cidade, e, transformado por esse encontro, parte para enfrentar o destino que lhe foi imposto. É então que a genialidade de Saramago revela toda a sua exuberância, a surpreender e provocar o que o escritor mais gosta, o desassossego do espectador”, completa a sinopse do espetáculo.
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