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Peça sobre o amor de duas mulheres negras estreia no Teatro Firjan SESI de Macaé nessa quinta, 26

O Teatro Firjan SESI de Macaé apresenta, nessa quinta-feira, 26, o espetáculo teatral “Amor e outras revoluções”, que aborda as inquietudes nas trajetórias das experiências afetivas de duas mulheres negras.

Com direção de Wallace Lino e Tati Villela, que também assina o texto e está no elenco ao lado de Mariana Nunes, a peça tem direção de movimento de Camila Rocha, e estreia em Macaé marcada para às 20h dessa quinta-feira.

“A obra proporciona uma experiência que envolve teatro, audiovisual, performance e música para expor camadas de afetos, sociais, econômicas e psíquicas do que é amar uma mulher negra sendo outra mulher negra nos dias de hoje”, descreve a produção do evento.

Em cena, duas mulheres negras, interpretadas por Tati Villela (a Naira, de Vai na Fé) e por Mariana Nunes (a Judite, de Todas as Flores), prestes a se casarem, expõem os conflitos em torno de suas subjetividades e trajetórias das suas experiências afetivas,

“O tema ainda pouco abordado nos palcos brasileiros provoca a reflexão do público sobre quais são os obstáculos que esse amor encontra na sociedade diante das interferências do racismo e da homofobia, e como essas imbricações reverberam drasticamente na construção da relação entre essas duas mulheres, que carregam consigo o que poderíamos chamar de profundos cortes na carne ao longo da história da construção do Brasil”, acrescenta a produção.

Em entrevista ao site Mundo Negro, por conta da estreia da peça no Sesc Copacabana, no Rio, em junho desse ano, a atriz e dramaturga Tati Villela reforçou a importância do espetáculo e do tema para a nossa sociedade.

“Precisamos falar de amor entre pessoas negras, sobretudo na sociedade brasileira, onde a todo momento presenciamos as consequências do racismo estrutural vigente no nosso sistema. Nós, negros, estamos aperfeiçoando a capacidade de nos amar, de amar o nosso espelho, o nosso reflexo. A falta de amor experienciada por mulheres negras historicamente e a oportunidade de pôr o amor entre duas mulheres negras como tema central de um trabalho é a grande motivação. Sabemos que a produção de novos imaginários é cada vez mais importante para a evolução da nossa sociedade como um todo”, falou Tati Villela.

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