Petroleiros e petroleiras do Norte Fluminense participaram de uma assembleia nesta sexta-feira (26) no Sindicato dos Bancários de Campos e Região, na cidade de Campos. No encontro, eles decidiram por rejeitar a mais recente contraproposta apresentada pela Petrobras. A decisão mantém a greve, que teve início no último dia 15 de dezembro.
A contraproposta da Petrobras foi enviada na noite da última quinta-feira (25) e incluía cartas-compromisso e avanços pontuais em temas como os descontos dos dias parados, a incorporação dos trabalhadores da Transpetro à Petrobras na base de Cabiúnas e o adicional de dutos. No entanto, a categoria avaliou que os pontos apresentados ainda são insuficientes para atender os principais eixos da pauta de reivindicações.
“Os trabalhadores e trabalhadoras aqui do Norte Fluminense entendem que a Petrobras ainda não atendeu os principais anseios da categoria. Enquanto a empresa não apresentar uma proposta que contemple de forma efetiva as nossas bandeiras de luta, os petroleiros do Norte Fluminense vão continuar em greve”, afirmou o coordenador-geral do Sindipetro-NF, Sérgio Borges.
A categoria também aproveitou a assembleia para avaliar o novo cenário nacional do movimento, marcado pela saída da greve de outras bases da FUP, como Espírito Santo, Caxias, Minas Gerais e Ceará/Piauí, além da ameaça da Petrobras de levar o impasse para o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Mesmo diante desse contexto, os trabalhadores decidiram, de forma soberana, pela continuidade da greve no Norte Fluminense.
Sérgio Borges destacou o caráter histórico do movimento, que já no segundo dia alcançou adesão de 100% nas plataformas e na base de Cabiúnas, além de adesões pontuais em setores administrativos de Imbetiba e do Parque de Tubos. O coordenador ressaltou ainda a forte participação de trabalhadores de todas as bases, incluindo empregados recém-admitidos pela empresa.
“Teve executivo da Petrobras que duvidou que a gente entrasse em greve. Depois duvidou que a greve passaria de cinco dias. E quando passou dos cinco dias, duvidaram que passaríamos o Natal em greve. E a categoria mostrou sua força, passou o Natal em greve e segue firme”, afirmou Borges, ressaltando a unidade e a determinação dos trabalhadores.
O assessor jurídico do Sindipetro-NF e da FUP, Normando Rodrigues, também participou da assembleia, apresentando uma análise detalhada sobre temas como a supressão de folgas e os possíveis desdobramentos de uma eventual mediação do TST. Segundo ele, considerando o histórico de decisões do Tribunal, esse caminho tende a ser desfavorável aos trabalhadores, o que reforça a importância da mobilização e da negociação direta.
Com a decisão pela continuidade da greve no Norte Fluminense, estão mantidas todas as atividades do movimento, incluindo os piquetes nos aeroportos e nas bases operacionais, além da presença diária dos grevistas nas sedes sindicais para acompanhamento e organização das ações do movimento.
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