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Motoristas da Região dos Lagos começam a se preocupar com combustíveis que consomem

Operação “Combustível Limpo” realizada na última semana em Campos dos Goytacazes alarmou os motoristas da Região dos Lagos

 

Thaiany Pieroni

 

Após a operação “Combustível Limpo” realizada na última semana em Campos dos Goytacazes, os motoristas da Região dos Lagos começaram a ficar ainda mais preocupados com a qualidade dos combustíveis que consomem. Na verdade, essa é uma preocupação constante, que foi reforçada após o aumento dos valores.

Fernando, que é morador de Cabo Frio conta que tem andado entre “a cruz e a espada”, isso porque com o aumento da gasolina fica difícil continuar abastecendo no posto que já estava acostumado, que acabou ficando com um dos valores mais caros, mas ao mesmo tempo teme em abastecer em outros postos, sem saber a procedência do produto.

“É uma situação bem complicada. Não sabemos para onde recorrer. É a velha história do barato que sai caro. Se meu carro der um problema, meu prejuízo será muito maior do que gastei com gasolina”, desabafou.

Mas, muitos motoristas se preocupam em não incentivar esse aumento e acabam preferindo arriscar naqueles que tem a plaquinha com o valor mais barato.

“É um jogo de sorte ou azar. Nem sempre um combustível caro é sinal de qualidade. Aqui temos poucas opções. Como estamos cansados de saber Cabo Frio tem uma das gasolinas mais caras da nossa Região, então, a verdade é que fica até um pouco difícil fugir do alto valor, que é praticado pela maioria dos postos. Mas, quando eu encontro um posto com um preço acessível eu opto por ele, se eu sentir alguma diferença depois, não abasteço mais, mas se não, dou preferência aqueles que estão dando preferência ao meu bolso”, brinca Marcos, que trabalha com entregas, o que exige um consumo constante de combustível.

Enquanto isso, tem gente recorrendo as cidades vizinhas. Em São Pedro da Aldeia e Araruama, por exemplo, a gasolina costuma ter um preço mais acessível. Cristina é uma das motoristas, que lamenta por isso, mas prefere abastecer em outra cidade.

“Eu moro em Tamoios, mas acabo indo com frequência ao primeiro distrito e passo por São Pedro da Aldeia, então aproveito para completar o tanque para que dure até a minha volta na cidade. A economia é bem considerável. É uma pena porque acabo incentivando o comércio de outro município, que não o meu. Mas se os donos dos postos da minha cidade não pensam em mim, por que eu pensaria neles, certo?”, desabafou.

Independente da opinião do motorista, o importante é ficar atento a possíveis sinais de que está consumindo gasolina adulterada. Essa situação pode causar grandes problemas ao veículo.

Segundo especialistas, entre os sinais que o combustível que você está utilizando pode ser adulterado está falhas na hora de dar a partida no veículo, aumento no consumo. Perda repentina de potência, barulhos incomuns no motor e falhas no escapamento também são sinais que podem indicar a má qualidade do combustível utilizado.

Como saber se o combustível é adulterado? É importante que os motoristas fiquem atentos a alguns sinais. Como se o posto possui o selo do Inmetro, observar de onde vêm seus produtos, dentre outros aspectos.

Caso a desconfiança seja grande, pode solicitar um teste simples e obrigatório. Em um recipiente de 100ml o frentista coloca metade de água e metade de gasolina. A gasolina não se mistura com a água, apenas o etanol. Então é só ficar de olho: se o líquido transparente (mistura do etanol com água) atingir 10ml, é a quantidade ideal, 25%. Caso o líquido transparente seja maior, o combustível é alterado.

Vale lembrar que no site da Agência Nacional do Petroleo – ANP – consta o último levantamento feito em casa cidade, com os postos de gasolina que já foram notificados.

Saiba seus direitos - No Rio Grande do Sul, de acordo com o Jornal da Ordem, um posto de gasolina que abasteceu com combustível adulterado um carro Citroen/Jumper, utilizado como ferramenta de trabalho para transporte escolar, foi condenado a reparar os proprietários do veículo. A sentença, fundamentada no art. 269, I do CPC, fixou em R$ 6 mil de indenização por dano moral.

Essa ação pode ser realizada por qualquer pessoa que seja prejudicada por conta do combustível de má qualidade. Mas vale lembrar que para ir atrás de seus direitos, é preciso seguir quatro passos básicos: pedir a nota fiscal, comprovar que o dano foi por causa do combustível, fazer a reclamação e denunciar.

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