“O novo que chegou com vigor ainda não acabou de nascer e o velho não morreu de todo.” (gramsci)
O comodismo social torna a engenharia política repetitiva. A sociedade, até então, parecia, um fato consumado em classes estanques e imutáveis. A estrutura do poder delineava em perfil retumbante e personificado. Em análises sociológicas intuitivas, percebemos um novo e embrionário fenômeno social, a ascensão gradativa, serena e quase imperceptível da burguesia comercial. Hoje, esta classe desponta do Anonimato, para evidência social. E será, sem dúvida, a vedete deste início de século.
Neste período transacional, cuja fertilidade social nasce com a consistência de uma nova classe e enterra, quinhentos anos, de predomínio da oligarquia rural, encontramos na entresafra de estrutura arcaica para uma estrutura moderna.
Os comerciantes burgueses têm que conscientizarem, que a única coisa que acontece da noite para o dia, é o sono isto dá em um processo gradativo, que teve início no começo deste século. Isto se deve a decadência gradativa, porém inevitável, da oligarquia Rural.
Existe um vácuo do poder. De um lado, a deteriorização da oligarquia rural, de outro, a classe emergente dos comerciantes.
Com a degeneração profunda da oligarquia rural, e a ebulição termométrica dos comerciantes, o poder passa a ter novo perfil. Apesar de manter a mesma ideologia. Não queremos criar rivalidades, apenas dizer que a mutabilidade social é bastante interessante. Alternâncias criam perspectivas novas e geram sensações também novas. Vendo seu trabalho gerar frutos, se empolgam e prosperam. O status social camuflado pelo brilho da oligarquia rural perde vitalidade reacendendo, com toda potencialidade, a luz clarividente dos novos burgueses. Submetendo aos fatos sociais não Existe mais status por nascimento. O status atual é uma conquista e não uma dádiva. Antigamente o homem era sombra de seus ancestrais, hoje, é produto de suas conquistas pernonificadas. A vida humana é de luta, sofrimento e também vitórias. Como estavam, sem alternâncias classistas, caiam nas frustrações e nas armadilhas existenciais. Os velhos comerciantes podem até sustentar que suas lutas não foram em vão. Plantaram para as gerações futuras. Acreditar na alternância é flexibilizar o poder e se conscientizarem que o homem deve e pode construir seu destino mudando sua trajetória, desde que trabalhe e não seja extremamente céptico.
O status de berço não tem mais sentido e razão de ser. Hoje, o homem é produto da sua luta e não repousa mais, no passado de seus ancestrais. A ebulição humana contaminou e enterrou o status de Nascimento
Quando a oligarquia rural, hoje existe exceção, ou seja, a mesma não é totalmente poderosa, pois aqueles que não empobreceram, que é uma raridade, ainda conservam resquícios de poder. Não é a classe que é poderosa como antigamente, mas antes indivíduos isolados.
O Brasil de alternância é um brasil do futuro. A vida não é um fato consumado como parecia ser, mas antes uma conquista permanente. E esta conquista, ainda frágil da burguesia comercial, será sem dúvidas, o fenômeno sociológico deste novo milênio.
Juarez Alvarenga- advogado e escritor
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